Igreja Católica do México nega conhecer vínculos de padres com narcotráfico
Igreja Católica do México nega conhecer vínculos de padres com narcotráfico
A Igreja Católica do México garantiu desconhecer a existência de sacerdotes que tenham vínculos diretos com o narcotráfico, após denúncias sobre doações que seriam feitas por criminosos a alguns padres.
O porta-voz da Arquidiocese Primaz do país, Hugo Valdemar, disse que os bispos e arcebispos “não têm registrados casos de ministros vinculados com o narcotráfico, e se algum for detectado, será denunciado”, segundo informações reportadas hoje pela imprensa.
O secretário Executivo de Relações Públicas e Insti tucionais da Conferência do Episcopado Mexicano (CEM), Manuel Corral, afirmou, por sua vez, que “em todo caso, corresponde à autoridade judicial competente investigar” o tema. Valdemar e Corral também relataram que houve casos de extorsão contra sacerdotes, que foram relatados às autoridades.
Há algumas semanas, a mídia denunciou que uma capela no estado de Hidalgo, próximo ao Distrito Federal, possuía uma placa onde se lia que o edifício fora construído com o apoio de Heriberto Lazcano, conhecido como El Lazca e chefe do grupo criminoso Los Zetas — antigo braço armado do cartel do Golfo.
Durante o fim de semana, a revista Desde la Fe, da Arquidiocese Primaz, publicou um editorial no qual admitia que “ambientes religiosos” receberam financiamento do narcotráfico, e assinalava a “vergonha da parte de algumas comunidades católicas”.
O texto também aludia a “suspeitas do fato de que benfeitores vizinhos ao narcotráfico tenham d ado financiamentos para a construção de algumas capelas religiosas”. “Qual estado da República ou qual setor da sociedade não foi contagiado pelo narcotráfico?”, questionou o editorial.
“Basta de cumplicidade e impunidade, basta com uma sociedade indiferente”, exortou ainda a revista, apontando que desde entre “os governadores aos militares, até os empresários e ambientes do clero” há contatos com os grupos criminosos.
O México enfrenta uma intensa onda de violência há cerca de quatro anos, quando Felipe Calderón assumiu a presidência e convocou 100 mil policiais e militares para a luta armada contra o narcotráfico. Desde então, mais de 28 mil pessoas morreram. O problema assume largas proporções, com a inserção do crime em diversas áreas da vida pública e a corrupção.
Siga o Opera Mundi no Twitter
NULL
NULL
NULL























