Quinta-feira, 3 de julho de 2025
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A jornada eleitoral que começou às 8h neste domingo em todo o território mexicano foi marcada por ataques de grupos armados em alguns pontos do país, incluindo o Distrito Federal, a Cidade do México. Dado que a votação é realizada em papel no país, diversos desses ataques incluíram incêndio com coquetéis molotov para interferir no processo eleitoral, especialmente em locais dominados pelo narcotráfico.

Logo nas primeiras horas da manhã, foram denunciadas tentativas de queimar urnas em pelo menos quatro locais de votação em Querétaro, estado no centro do país. No município Primaria Bicentenario, um grupo de homens ingressou a uma escola, onde se situava um local de votação, e jogaram um líquido inflamável para vandalizar as urnas.

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No entanto, com os gritos e denúncias, o grupo não chegou a concluir sua intenção: pularam o muro e tentaram fugir de moto. Foi o caso que mais circulou nas redes sociais, dado o impedimento de fuga por parte do grupo encapuzado, por um motorista que os interceptou com seu carro.

Em outros casos, a intenção de vandalizar as urnas se concretizou. Foi o que aconteceu nos municípios de Santa Fe Juriquilla, em Mauricio Kuri e em Constituyentes.

Tiroteio termina em morte

Já em Tlapanalá, no estado de Puebla, região centro-sul do país, homens armados entraram em um local de votação, na Escola Gabriel Mistral, e roubaram as cédulas. Vestidos com roupas escuras e máscaras, o grupo levou seis pacotes com boletas e atas eleitorais. Houve tiroteio durante o enfrentamento com os funcionários eleitorais, que resultou na morte de duas pessoas.

O governador de Puebla, Sergio Salomón Céspedes Peregrina, pediu que os candidatos não interfiram no processo eleitoral, já que o Partido Ação Nacional (PAN), de oposição ao governista Movimento de Regeneração Nacional (Morena), aproveitou a situação para criticar o governo nacional.

Fernanda Paixão
Jornada eleitoral no México foi marcada por diversos incidentes, incluindo roubos e um tiroteio

Céspedes também pediu à população que não deixe de ir votar, apesar do sucedido. Segundo ele, o Conselho Geral do Instituto Eleitoral do Estado (IEE) já prendeu pessoas ligadas ao crime.

Também em Michoacán, na zona oeste do país, sujeitos armados roubaram boletas em cinco locais de votação no município de Michoacán.

Na capital, um vídeo viralizou mostrando como supostos policiais da cidade tentaram fechar uma zona eleitoral no município de Cuajimalpa, por uma “ameaça de bomba”. Os vizinhos não aceitaram a interceptação e se recusaram a deixar o local.

Em distintos pontos do país, também houve casos de zonas eleitorais que não puderam ser abertas dada a ausência de todos os mesários necessários para a inauguração da jornada em cada seção. Esse tipo de denúncia não é inédita no México, onde alguns cidadãos sofrem ameaças por parte de grupos armados e temem comparecer às suas mesas, especialmente em zonas onde predominam cartéis do narcotráfico.

Alguns desses incidentes levaram ao fechamento de algumas zonas eleitorais. Os eleitores desses locais devem, então, dirigir-se a algumas das zonas especiais, voltadas para eleitores em trânsito ou qualquer outro motivo que leve ao eleitor ser impedido de votar em sua zona designada. Esses locais são altamente frequentados, devido aos muitos casos de emergência, o que faz com que, mesmo nessas zonas especiais, muitos eleitores não conseguem emitir seu voto.