A organização do rali Dakar foi uma verdadeira dor de cabeça para as equipes de segurança e inteligência do Chile e da Argentina, países escolhidos para sediar a mais tradicional prova de fora-de-estrada, que até o ano passado era realizada na África. A Secretaria de Inteligência argentina fez um alerta ao Exército, responsável pela coordenação das polícias federais e estaduais, de que pode haver desvios na rota, devido a possíveis boicotes. Além disso, aviões pulverizadores poderiam promover ataques aéreos em uma das partes do trajeto.
O comandante Hugo Buchanan alega ter recebido a informação de que oito pessoas consideradas suspeitas poderiam entrar no país com o contingente de competidores estrangeiros. Sem contar as tropas disponibilizadas pelas polícias estaduais, Buchanan comandará 650 infantarias, 153 homens das forças navais e aproximadamente 300 policiais federais. Um grupo composto por representantes de todas as agências envolvidas será coordenado pelo Ministério do Turismo.
O Dakar foi impedido de acontecer em 2008, no continente africano, por causa de uma ameaça de atentado da organização terrorista Al-Qaeda, o que interrompeu uma tradição de 30 anos. Por isso, a polícia aeroportuária (PSA) promete rigor no controle e na verificação de bagagens das 500 pessoas da organização e da imprensa que embarcarão diariamente nos aviões da Força Aérea Argentina. Pela mesma razão, o Exército terá helicópteros sobrevoando cada trecho dos 9.500 quilômetros da corrida, com uma tropa de elite formada por franco-atiradores e outra anti-distúrbios, para evitar a formação de barreiras nas estradas.
Os pontos mais sensíveis de segurança na Argentina são a Província de La Pampa, pelas possíveis formações de barricadas e ataques de aviões pulverizadores, e a Provincia de Neuquén, devido aos recorrentes protestos dos índios mapuches, habitantes da região. Contudo, o diretor do rali, o francês Etienne Lavigne, ressaltou, na última reunião da coordenação de segurança, que a corrida só será interrompida se houver impossibilidade de assegurar a segurança. Em caso de acidente fatal, está prevista apenas suspensão.
Os principais problemas que se colocam para a segurança rodoviária são os pedágios, barreiras, acidentes graves, chuvas, granizo (principalmente na província de Mendoza), possíveis estradas esburacadas e falta de segurança na zona oeste da Grande Buenos Aires.
O principal medo das autoridades nacionais são os possíveis acidentes com espectadores. Tanto no Chile quanto na Argentina, espera-se um grande fluxo de público, o que aumenta os riscos. Para o final da competição, por exemplo, na província (estado) de Córdoba, o rali pode mobilizar cerca de um milhão e meio de pessoas.
O medo dos governos são as conseqüências políticas de um acidente, ou vários, com curiosos que estejam pelo caminho. Em países como Mauritânia, Burkina Faso e Senegal, isso costuma render apenas notícias ruins, sem maiores prejuízos para a imagem da prova.
Segundo o Exército argentino, o dispositivo de segurança do rally vai contar com 22.000 homens do lado argentino e 2,5 mil do lado chileno.
Leia mais sobre os problemas enfrentados pelos organizadores.
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