A Indonésia começou nesta segunda-feira (06/01) a servir as primeiras 570 mil refeições gratuitas do programa governamental que pretende beneficiar 83 milhões de pessoas até 2029.
O alvo do programa são crianças e adolescentes em idade escolar e mulheres grávidas, Segundo o governo, o plano é alcançar entre 15 e 19,5 milhões de beneficiados ainda este ano.
Nesse primeiro dia, 190 cozinhas foram mobilizadas para produzir refeições para escolas de 26 das 37 províncias do país.
Como a meta é chegar às 400 mil escolas de todo o país e a todas as gestantes até 2029, o programa inclui desde crianças da pré-escola até alunos dos níveis secundários superiores, de idades entre 17 e 18 anos, o que representa um quarto da população.
Cada refeição fornecida corresponde a cerca de um terço das necessidades nutricionais diárias.
A iniciativa foi pilar fundamental da campanha eleitoral que levou Prabowo Subianto à Presidência no ano passado, após duas tentativas frustradas.
Subianto considera que o programa é estratégico para combater a desnutrição infantil, estimular o crescimento econômico e combater a desigualdade regional no país.
A Indonésia é um dos países signatários da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, programa apresentado pelo governo Lula durante a Cúpula do G20 no Rio de Janeiro.
Quase metade das crianças são subnutridas
Estima-se que quase metade das crianças com menos de cinco anos na Indonésia sofram de desnutrição crônica, o que equivale a 13 de 28 milhões de crianças.
Na zona rural, mais de 30% das crianças estão abaixo do peso adequado para a idade e 47% tem estatura inferior ao esperado. Quinta maior economia da Ásia, o país é o 25º no mundo com maior taxa de mortalidade por desnutrição.
O presidente destacou que o esforço contra a fome será estratégico para estimular a economia. No curto prazo, além de combater a desnutrição, aumentará a renda dos agricultores e o valor de seus produtos.
Cerca de 2 mil cooperativas participam do programa fornecendo ovos, verduras, arroz, peixe, carne, leite e outros alimentos, o que espalha os benefícios da iniciativa por todas as regiões e pelas áreas mais pobres do país.
No longo prazo, frisa Subianto, o programa será vital para desenvolver os recursos humanos do país para atingir a “Indonésia dourada” almejada para 2045. Afinal, combater a desnutrição é o primeiro passo para melhorar o desempenho escolar.
Subianto garante que sua equipe fez os cálculos e está convencida da viabilidade de empreender o ambicioso programa. “Somos capazes”, garantiu o presidente.
“Demasiados dos nossos irmãos e irmãs estão abaixo da linha da pobreza, demasiada das nossas crianças não têm roupa para ir à escola e vão para lá sem café da manhã”, completou. Subianto.
Brasil anuncia Indonésia como membro pleno do Brics
No mesmo dia do início do projeto, o governo do Brasil anunciou a entrada oficial da Indonésia como membro pleno do BRICS (Brasil, Rússia, Índica, China e África do Sul), marcando a primeira expansão do grupo sob a Presidência brasileira, iniciada em 1º de janeiro.
A adesão do país foi aprovada na Cúpula de Joanesburgo, em agosto de 2023, e formalizada após a formação do novo governo do país, que aguardou a conclusão das eleições presidenciais em 2024 para confirmar o interesse.
Em nota publicada pelo Ministério das Relações Exteriores brasileiro, Brasília saudou a entrada do país no agrupamento, destacando a Indonésia como “da maior economia do Sudeste Asiático”, bem como o alinhamento aos objetivos do BRICS.
