A Interpol (polícia internacional) concedeu ao fugitivo Manuel Rosales, líder da oposição na Venezuela, o alerta máximo dos serviços de segurança no mundo, chamado de “difusão vermelha”. Esse tipo de alerta significa que o suspeito está sendo procurado para extradição, mas não obriga países a cooperarem.
O alerta da Interpol, emitido ontem (24), foi pedido pela corte venezuelana Tribunal 19 de Controle, pois Rosales não compareceu a uma audiência preliminar marcada para o último dia 20. O político está em Lima, no Peru, à espera de asilo político. Ele afirma que caso volte para a Venezuela, pode ser assassinado na prisão.
Rosales, que é prefeito de Maracaibo, capital do estado de Zulia, é acusado de enriquecimento ilícito e corrupção. Em sua conta há 68 mil dólares de origem não explicados, obtidos na mesma época em que era governador do estado de Zulia, rico em petróleo, entre 2002 e 2004. Principal adversário de Hugo Chávez nas eleições presidenciais de 2006, ele nega as acusações e afirma que tudo se trata de perseguição política.
Tecnicamente, o mandado só terá força após o Peru decidir se concede ou não asilo, decisão que deve ocorrer dentro de duas semanas, segundo o governo peruano.
Reciprocidade
O Ministro do Exterior da Venezuela, Nicolas Maduro, disse que seu país já extraditou vários “delinqüentes” a outros países, e espera reciprocidade no caso de Rosales. Ele citou barões do narcotráfico que foram enviados de volta à Colômbia e fez referência à extradição de Vladimiro Montesinos para o Peru em 2001, antigo chefe de inteligência de Alberto Fujimori.
Rosales criou problemas com as autoridades peruanas, no entanto, ao fazer um discurso televisivo contra Chávez, na quarta-feira, chamando-o de “covarde” e “ditadorzinho”.
O Ministro das Relações Exteriores do Peru, José Antonio García Belaúnde, disse que Rosales não poderia usar o Peru como plataforma política, porque isso viola o possível asilo.
Em entrevista ao jornal El Comercio, o ex-prefeito de Macaraibo lamentou que as declarações que fez insultando o presidente Hugo Chávez tenham causado mal-estar junto ao governo peruano.
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