O Irã acusou a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) de inventar mentiras contra o país em um relatório sobre o programa nuclear da República Islâmica que deve ser divulgado nos próximos dias, informa neste domingo o jornal Tehran Times.
Conforme disse no sábado em Teerã o ministro das Relações Exteriores iraniano, Ali Akbar Salehi, o relatório “carece de autenticidade e credibilidade técnica”.
O chefe da diplomacia iraniana afirmou que o documento indica que o Irã realiza estudos sobre mísseis com capacidade para transportar armas nucleares, mas destacou que esses dados “não são válidos”.
Salehi lembrou que a AIEA já divulgou anteriormente informações similares e que o Irã respondeu amplamente a essas acusações e negou que seu programa nuclear tenha fins militares.
O chanceler comparou as acusações da AIEA com o pretexto alegado pelos Estados Unidos para invadir o Iraque em 2003, quando Washington acusou o regime de Saddam Hussein de manter armas de destruição em massa. “(A invasão) levou ao massacre de milhares de inocentes, mas depois foi provado que todas as informações eram falsas”.
Em referência aos EUA, que acusam o Irã de pretender fabricar armas nucleares, o ministro ressaltou que “a AIEA não deve trabalhar sob a influência das grandes potências, mas se manter independente”.
Nesta semana, vieram à tona ameaças das autoridades de Israel de realizar um ataque militar contra instalações nucleares do Irã. Até o presidente israelense, Shimon Peres, deu seu recado à República Islâmica.
Para Salehi, tanto as últimas acusações quanto as ameaças de ataques militares contra o Irã são infundadas e pretendem aumentar a pressão contra o regime islâmico, além de ter motivações políticas.
O Irã anunciou o desenvolvimento de 50 mísseis de fabricação nacional, alguns deles de médio alcance, com até dois mil quilômetros. Além disso, o país também desenvolve um programa espacial que usa foguetes cuja tecnologia, segundo especialistas, pode ser empregada em mísseis balísticos com capacidade para transportar armas nucleares.
A ONU submeteu o Irã a quatro pacotes de sanções devido ao programa nuclear, que parte da comunidade internacional acusa ter objetivos militares. Teerã o nega e garante que tudo se destina exclusivamente a fins civis, além de estar submetido à supervisão da AIEA.
NULL
NULL
NULL