Irã acusa racismo no veto migratório de Trump contra cidadãos de 19 países
Diplomata iraniano afirma que medida é 'violação das normas internacionais de direitos humanos' e convoca ONU a se manifestar
O Irã condenou veementemente o recente veto migratório implementado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificando-o como “racista” e um “sinal claro do predomínio de uma mentalidade supremacista” entre os responsáveis políticos americanos.
O diretor-geral de Assuntos Iranianos no Exterior do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Alireza Hashemi Raya, destacou em um comunicado que a decisão do governo dos Estados Unidos de proibir a entrada de cidadãos iranianos, baseando-se simplesmente em sua religião e nacionalidade, não apenas mostra uma “profunda hostilidade dos responsáveis americanos em relação ao povo iraniano e aos muçulmanos”.
A medida, acrescentou, “viola os princípios fundamentais do direito internacional, incluindo o princípio da não discriminação e os direitos humanos fundamentais”.
Hashemi Raya disse ainda que “privar centenas de milhões de pessoas do direito de viajar para outro país, apenas por sua nacionalidade ou religião, é um exemplo de discriminação racial e racismo sistemático no governo americano”.
Violação das normas internacionais
O diplomata iraniano enfatizou que a ação “é considerada uma violação das normas internacionais de direitos humanos, o que implicará responsabilidade internacional para o governo americano”.
Nesse contexto, ele instou a Organização das Nações Unidas (ONU) e as instituições de direitos humanos a se oporem publicamente a essas abordagens unilaterais dos Estados Unidos.
Além disso, ele reafirmou que a República Islâmica do Irã “não se absterá de tomar qualquer medida para proteger os direitos dos cidadãos iranianos” contra os efeitos e consequências dessa decisão discriminatória.

White House / Abe McNatt
Medida de Trump
A nova ordem executiva assinada por Trump proíbe a entrada de cidadãos do Afeganistão, Birmânia, Chade, República do Congo, Guiné Equatorial, Eritreia, Haiti, Irã, Líbia, Somália, Sudão e Iêmen.
Além disso, limita a entrada de cidadãos provenientes de Burundi, Cuba, Laos, Serra Leoa, Togo, Turcomenistão e Venezuela.
Trump justificou a medida alegando que permitir a entrada sem restrições de nacionais dos países mencionados seria “prejudicial aos interesses dos Estados Unidos”, sem dar mais detalhes publicamente por razões de segurança nacional.
Vale lembrar que, em janeiro de 2017, Trump já havia proibido a entrada de cidadãos de sete países, a maioria com população muçulmana, como Iraque, Síria, Irã, Sudão, Líbia, Somália e Iêmen.
Os cidadãos dos 19 países que são residentes legais nos Estados Unidos ou que tenham recebido previamente um visto americano estão isentos das novas restrições.
