O governo do Irã pediu nesta terça-feira (07/08) ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para intermediar a libertação dos quase 50 iranianos sequestrados no último sábado na Síria supostamente pelos rebeldes do ELS (Exército Livre Sírio).
A ONU confirmou à Agência Efe que recebeu uma carta do ministro das Relações Exteriores iraniano, Ali Akbar Salehi, na qual o representante pede “a colaboração e os bons ofícios” de Ban “para garantir a libertação dos sequestrados”.
Na carta, que enumera 48 sequestrados na Síria, o chefe da diplomacia iraniana assegura contar com informações que falam da morte de três deles, que define como peregrinos. “O governo e as famílias dos sequestrados agradeceriam enormemente a colaboração dos escritórios das Nações Unidas”, diz Salehi na carta, onde afirma que os rebeldes sírios ameaçaram acabar com a vida dos prisioneiros “nas próximas horas”.
O ministro compartilhou com o principal responsável da ONU a “profunda preocupação” de seu governo com o incidente e fez um pedido para a “imediata libertação” dos reféns, lembrando que usar sequestrados como “escudos humanos” viola “as leis internacionais e os direitos humanos de civis inocentes”.
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O Irã continua afirmando que os sequestrados no sábado em Damasco pelo ELS eram peregrinos que visitavam uma área sagrada xiita, enquanto seus sequestradores dizem que eram agentes dos Guarda Revolucionária em missão de reconhecimento.
Três dos sequestrados teriam morrido em um bombardeio oficial e o ELS ameaçou executar o restante caso os ataques do Exército contra a região onde se encontram continuem, segundo disse à Efe a porta-voz da rede de Comitês de Coordenação Local síria, Rafif Juejati.
Estados Unidos
Enquanto isso, o Irã enviou nesta terça-feira aos Estados Unidos, através da embaixada da Suíça em Teerã, uma nota em que responsabiliza o governo americano pelo destino dos 48 sequestrados, de acordo com o vice-ministro de Relações Exteriores para Assuntos Árabes e Africanos, Hussein Amir Abdolahian.
Desde dezembro, pelo menos 29 iranianos foram sequestrados por organizações armadas opositoras sírias, e vários foram postos em liberdade depois da mediação da Turquia.
Os rebeldes sírios e os Estados Unidos acusaram repetidamente o Irã, principal aliado do governo da Síria no Oriente Médio, de apoiar militarmente o regime de Bashar al Assad com armas, pessoal e consultoria.
Por sua vez, o Irã acusa os EUA, seus aliados ocidentais e alguns governos muçulmanos, especialmente a Arábia Saudita, o Catar e a Turquia, de armar os grupos opositores sírios, que considera terroristas.