Com o auxílio de nações vizinhas, autoridades do Irã estão agilizando o processo de assistência humanitária aos cerca de 300 mil indivíduos afetados pelos terremotos que atingiram no último sábado (11/08) o noroeste do país. A estimativa do governo é de que pelo menos 306 pessoas tenham sido mortas enquanto outras três mil ficaram feridas.
A primeira leva de ajuda humanitária estrangeira para os afetados dos terremotos chegou nesta segunda-feira (13/08) da República do Azerbaijão, que faz fronteira com a província onde foram registrados os tremores. Entre as doações estão barracas, cobertores e alimentos de primeira necessidade, como farinha, arroz, açúcar, óleo e massas.
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Durante o final de semana o Crescente Vermelho Iraniano também mobilizou equipes na Turquia e permaneceu na região dos tremores até que as buscas e encerrassem.
Emirados Árabes Unidos, Vaticano, Paquistão, Rússia, Japão, Bolívia, Síria, Alemanha, Bahrein, Suíça e Taiwan, além da ONU e mesmo dos EUA, também ofereceram suas condolências ao Irã e se mostraram dispostos a enviar ajuda humanitária para os afetados.
Em um discurso no Parlamento, a ministra da Saúde, Marzie Vahid Dastyerdi, confirmou que hospitais de Tabriz e de outras cidades próximas ao local do acidente estão lotados. A maioria dos feridos teve de ser atendida por socorristas e equipes de saúde de unidades móveis. Foram realizadas cerca de 650 operações cirúrgicas de urgência em pouco mais de um dia.
Equipes de prevenção de doenças infecciosas chegaram às zonas afetadas pelo terremoto e não detectaram até o momento nenhum caso preocupante. A diretora do Serviço Nacional de Transfusões de Sangue, Mahtab Magsudlu, fez um apelo a doadores, especialmente do tipo O negativo.
Temendo réplicas, milhares de pessoas passaram as duas últimas noites na rua, inclusive em Tabriz, cidade que não sofreu danos. Até a manhã dessa segunda-feira (13/08) houve pelo menos 140 novos pequenos tremores na região, que oscilaram sua intensidade entre 2,5 e 4,8 graus richter.
Até agora, o Crescente Vermelho Iraniano anunciou que 48.370 pessoas estão hospedadas em refúgios ou acampamentos de emergência, onde a organização distribuiu 9.674 barracas e 11.942 cobertores.
As aldeias em lugares de alto risco serão transferidas a outros lugares, segundo Hussein Gadami, diretor de Gestão de Emergências do Ministério do Interior, que afirmou que aquelas que estão em zonas menos perigosas serão reconstruídas.
Gadami disse que a placa tectônica de Ahar não teve grande atividade nos últimos 50 anos e só provocou três pequenos tremores que mal superaram os três graus na escala Richter.
Segundo o diretor iraniano, apesar dos danos nas aldeias e dos cortes de luz, telefone e gás, a infraestrutura da região não sofreu grave deterioração, por isso poderá ser reparada.
Os desabrigados que solicitarem receberão uma ajuda do governo de 20 milhões de riales (aproximadamente US$ 1.600) e também poderão ter créditos com juros de 120 milhões de riales (quase US$ 10 mil) para reconstruírem suas propriedades, acrescentou Gadami.
Apesar das promessas e anúncios do governo, políticos locais insistiram na urgência da ajuda, especialmente com água e comida, para a sobrevivência dos camponeses da região. “Precisamos de pão, água engarrafada e comida em conserva”, disse o prefeito da área de Jaye, no distrito de Varzagan, Valiola Farach Olahi.
“Como estamos longe do centro do terremoto e não há informação precisa dos danos que sofremos, ainda não chegou a ajuda necessária para as aldeias afetadas em Jaye”, explicou Olahi.