O governo do Iraque anunciou nesta sexta-feira (13/06) um plano de segurança para defender a província de Bagdá de um potencial ataque de jihadistas sunitas, que avançam rumo à capital após conquistarem a segunda maior cidade do país, Mossul, e Al Dujail, a apenas 60 km da sede administrativa iraquiana.
Ainda nesta sexta, o máximo clérigo iraquiano, aiatolá Ali al Sistani, pediu à população que pegue em armas para combater os insurgentes no norte do país. “Os cidadãos que possam pegar em armas para lutar contra os terroristas têm que se apresentar como voluntários no exército para realizar este objetivo sagrado”, disse um representante dele durante o sermão da oração muçulmana de meio-dia.
Mapa mostra áreas dominadas pela insurgência (em vermelho) e a capital Bagdá (em azul)
Os ataques são feitos pelo grupo jihadista sunita Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), que tem como objetivo a criação de um emirado islâmico no Iraque e na Síria
Segundo a Agência Efe, o plano consiste no estabelecimento de postos de controle fora e dentro da província. O anúncio veio em resposta a “rumores lançados pelos grupos terroristas” da existência de conflitos nos arredores de Bagdá. Ainda de acordo com a Efe, os insurgentes afirmam que realmente têm um plano para invadir a capital, incluindo o auxílio de outros grupos que estão em volta da cidade.
Agência Efe
Homens armados vigiam e controlam iraquianos que tentam deixar a área de Mossul
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Na quinta (12/06), forças curdas iraquianas anunciaram que haviam tomado controle total do norte da cidade petrolífera Kirkuk, após o exército e a polícia federal iraquiana abandonarem o local. De acordo com o porta-voz curdo, Jabbar Yawar, “toda Kirkuk está nas mãos dos peshmerga (tropas curdas)” e “nenhum exército do Iraque permanece em Kirkuk agora”.
Reações
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou nesta sexta em Londres que o avanço do EIIL no Iraque é uma “ameaça para o Ocidente”. Ele esteve na capital inglesa para um evento que discute a violência sexual em conflitos.
Agência Efe
Controle feito por homens armados em Mossul; grupo afirma ter dominado cidade a 60 km de Bagdá
“O EIIL é um grupo terrorista que representa uma ameaça contra os Estados Unidos e o Ocidente” e “uma ameaça comum para toda a região, incluindo o Irã”, disse, em entrevista coletiva.
Por sua vez, o chanceler britânico, Willam Hague, afirmou que o Reino Unido estuda formas de “ajudar” o governo iraquiano – sem, no entanto, lançar mão de força militar.