Irlandeses e tchecos votam nas eleições europeias; pesquisas indicam esquerda à frente na Holanda
Há expectativa de que um quarto dos assentos no Parlamento Europeu será ganho pela extrema direita
Os eleitores na Irlanda e na República Checa vão às urnas na sexta-feira (07/06), no segundo dia da maratona de eleições para a União Europeia, depois de os Países Baixos (Holanda) terem iniciado a votação com a expectativa de um forte desempenho da extrema direita. Mas pesquisas indicam que a coalizão de esquerda pode surpreender e vencer o partido do ultranacionalista Geert Wilders.
A maioria dos 27 países da União Europeia – incluindo as potências Alemanha e França – realizam votações no domingo (09/06), com 370 milhões de pessoas aptas para escolher os ocupantes de 720 cadeiras do Parlamento Europeu. Pesquisas indicam que um quarto dos assentos será ganho pela extrema direita.
Na França, onde a campanha eleitoral termina nesta sexta-feira, o presidente Emmanuel Macron alertou na quinta-feira (06/06) que a União Europeia corre o risco de ser “bloqueada” por uma grande presença de partidos de extrema direita no Parlamento Europeu.
A votação ocorre num momento de grande instabilidade geopolítica, quase dois anos e meio após o início da guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Esquerda reage na Holanda
Na Holanda, o ultranacionalista Geert Wilders alardeou o seu partido como o “maior vencedor”, ao mesmo tempo que continuava a aproveitar uma onda de sentimento anti-imigração após a vitória nas eleições nacionais no ano passado.
Mas pesquisas de boca de urna mostravam que a aliança Verde-Esquerda, chefiada pelo ex-comissário europeu Frans Timmermans, passou à frente da extrema direita, conquistando oito assentos.
Timmermans declarou que o forte desempenho dos partidos pró-europeus enviaram um “sinal importante”.
Os resultados oficiais serão divulgados na noite de domingo, quando serão concluídas as eleições em todos os países do bloco.
Imigração pesa na balança dos votos na Irlanda
A Irlanda vai às urnas nesta sexta-feira e, pela primeira vez nas eleições europeias, a migração e o sistema de asilo também surgiram como temas principais. Os 3,5 milhões de eleitores irlandeses devem eleger 14 eurodeputados.
Muitos candidatos concorrem com uma plataforma anti-imigração, quer como independentes, quer como membros de vários partidos nacionalistas marginais, que até agora tiveram um sucesso limitado nas urnas.
Com cerca de 20% da população nascida fora do país e níveis recorde de requerentes de asilo que chegam à Irlanda este ano, o sentimento anti-imigração aumentou.

370 milhões de eleitores vão escolher ocupantes de 720 cadeiras do Parlamento Europeu
A principal questão, porém, permanece se o Fine Gael, de centro-direita, do primeiro-ministro Simon Harris, ganhará uma parcela maior de votos do que o principal partido da oposição, Sinn Fein, com eleições locais também realizadas no mesmo dia.
O apoio ao partido nacionalista de esquerda Sinn Fein diminuiu drasticamente no último ano, com as suas posições progressistas e pró-migração contestadas por muitos de seus eleitores da classe trabalhadora.
Apatia na República Tcheca
A leste, os políticos tchecos enfrentam uma apatia generalizada em relação ao voto na UE. O país teve a segunda participação mais baixa na última votação em 2019, com 28,72%, atrás apenas de sua vizinha Eslováquia.
As pesquisas colocam o movimento centrista ANO, do bilionário ex-primeiro-ministro Andrej Babis, na liderança, à frente de uma coalizão de centro-direita.
Os 8,5 milhões de eleitores tchecos votam sexta e sábado (08/06) para escolher 21 deputados para o Parlamento Europeu.
Mudanças à vista
Durante o fim de semana, o escrutínio mudará para as maiores economias da UE à medida que abrirem assembleias de voto.
Prevê-se que o partido Reunião Nacional, de Marine Le Pen, seja o vencedor em França, tal como o partido Irmãos da Itália, da chefe de governo italiana Giorgia Meloni, e o Fidesz, de extrema direita, do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.
Na Alemanha, o partido da extrema direita AfD (Alternativa para a Alemanha) está em segundo lugar nas sondagens, atrás dos conservadores. Na Áustria, o Partido da Liberdade, de extrema direita, parece estar no caminho certo para a vitória.
