O irmão de Julian Assange, Gabriel Shipton, agradeceu ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e a outras autoridades que manifestaram apoio ao jornalista e pediram sua libertação durante os 1.901 dias em que ele esteve preso.
Em entrevista ao canal norte-americano Sky News, Shipton declarou que figuras como Lula, o Papa Francisco e o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, foram fundamentais para a soltura de Assange.
“Eu venho trabalhando em Washington, em congressos defendendo a liberação de Julian, durante os últimos três ou quatro anos. Conquistar a liberdade de Julian Assange tem sido um esforço global, e é crédito de todos. Do Papa, que defendeu Julian, o presidente Lula, do Brasil, o primeiro-ministro australiano, todos fizeram parte desse esforço global”, disse.
Shipton também falou em nome da família e afirmou que todos estão muito felizes e ainda digerindo os últimos acontecimentos. “Ele finalmente está livre. Esta tem sido uma campanha incrivelmente longa, que envolveu milhões de pessoas ao redor do mundo, defendendo Julian. O processo levou anos de constante negociação e protestos”, afirmou.
Confira declarações de apoio de outros líderes mundiais:
Anthony Albanese, Austrália
Logo após o Wikileaks, site fundado por Assange, anunciar sua liberdade, o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, afirmou que seu governo “tem afirmado consistentemente que o caso de Assange se arrastou durante demasiado tempo”.
“Não há nada a ganhar com a continuação do encarceramento de Assange. Queremos que ele seja trazido para casa, na Austrália”, publicou o mandatário por meio das redes sociais.
The Australian Government has consistently said that Mr. Assange’s case has dragged on for too long, and that there is nothing to be gained by his continued incarceration.
We want him brought home to Australia. pic.twitter.com/1Ju5u88cH9
— Anthony Albanese (@AlboMP) June 25, 2024
Leia mais: ‘Vitória tardia, mas democrática’: Lula comemora liberdade de Julian Assange
López Obrador, México
O atual presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, comemorou a libertação de Assange da prisão, afirmando que “pelo menos neste caso, a Estátua da Liberdade não permaneceu um símbolo vazio. Ela está viva e feliz como milhões no mundo”.
Celebro la salida de Julian Assange de la cárcel. Cuando menos en este caso, la Estatua de la Libertad no quedó como un símbolo vacío; está viva y contenta como millones en el mundo.
— Andrés Manuel (@lopezobrador_) June 25, 2024
O governo Obrador chegou a oferecer, em 2022, asilo a Assange em meio ao processo contra sua extradição aos EUA.
“Estamos dispostos a oferecer asilo a Assange no México. Consideramos que o governo dos EUA deve atuar com humanismo. Assange está doente e esta seria uma demonstração de solidariedade e fraternidade”, declarou o chefe de Estado à época.
Claudia Sheinbaum, México
A presidente eleita do México, Claudia Sheinbaum celebrou a liberdade de Assange ao relembrar que em setembro de 2022, como governadora da Cidade do México, entregou as chaves da cidade, em um movimento simbólico, à família do jornalista.
“Hoje celebramos a sua liberdade”, escreveu em suas redes sociais.
El 14 de septiembre de 2022 como jefa de gobierno entregué las llaves de la ciudad a Julian Assange a través de su familia. Celebramos el día de hoy su libertad. https://t.co/qukMfjQeJZ
— Dra. Claudia Sheinbaum (@Claudiashein) June 25, 2024
Gustavo Petro, Colômbia
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, felicitou Assange pela sua liberdade, ao mesmo tempo que especificou que “a prisão eterna e a tortura sofridas pelo jornalista foram um ataque contra a liberdade de imprensa à escala global”.
O mandatário ainda comparou o massacre de civis no Iraque pelos Estados Unidos, exposto pelos documentos que levaram o jornalista à prisão, com o massacre “que agora se repete em Gaza”.
Petro finalizou convidando Assange e a sua esposa Stella a visitar a Colômbia e “agir por uma verdadeira liberdade”.
Felicito a Julian Assange por su libertad.
La prisión eterna de Assange y su tortura era un atentado contra la libertad de prensa a escala global.
Denunciar la masacre de civiles en Irak por parte de la acción bélica de EEUU fue su crimen, ahora la masacre se repite en Gaza… pic.twitter.com/kT3GCM8ytq
— Gustavo Petro (@petrogustavo) June 25, 2024
Nicolás Maduro, Venezuela
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, também emitiu uma mensagem por meio das suas redes sociais sobre a liberdade de Assange: “em nome do povo da Venezuela, abraçamos e felicitamos Julian Assange pela sua libertação”.
“É o triunfo da liberdade e da luta da humanidade pelo respeito aos direitos humanos. Assange é um exemplo de coragem e bravura na batalha pela verdade A justiça sempre prevalecerá!”, disse o líder venezuelano.
En nombre del pueblo de Venezuela abrazamos y felicitamos a Julian Assange por su liberación. Es el triunfo de la libertad y la lucha de la humanidad por el respeto de los Derechos Humanos. Assange es ejemplo de coraje y valentía en la batalla por la verdad. ¡La justicia siempre… https://t.co/XoTuKq1zL7 pic.twitter.com/HJevpwRHwZ
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) June 25, 2024
Díaz-Canel, Cuba
O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, referiu por sua vez, que “o longo e cruel castigo que foi imposto a Assange pelas suas denúncias de crimes imperiais permanecerá na memória do povo como prova de como seus carcereiros acreditam pouco na liberdade de imprensa”.
#AssangeLibre. El largo y cruel castigo que le impusieron por sus denuncias de los crímenes imperiales, quedará en la memoria de los pueblos como prueba de cuán poco creen sus carceleros en la libertad de prensa. pic.twitter.com/pjofxpJ7T2
— Miguel Díaz-Canel Bermúdez (@DiazCanelB) June 25, 2024
Luis Arce, Bolívia
Por sua vez, o presidente boliviano Luis Arce celebrou a libertação de Assange, “após perseguição feroz e inaceitável, violação do seu asilo e prisão”.
“O seu crime foi revelar os crimes de guerra e os crimes contra a humanidade perpetrados pelo imperialismo. Este acontecimento lembra-nos que a luta revolucionária é fundamental para alcançar a liberdade e a justiça social”, afirmou.
Desde el Estado Plurinacional de Bolivia celebramos la liberación de #JuliánAssange, después de una feroz e inaceptable persecución, la violación de su asilo y el encarcelamiento. Su delito fue revelar los crímenes de guerra y de lesa humanidad perpetrados por el imperialismo.… pic.twitter.com/S7VyATBvwt
— Luis Alberto Arce Catacora (Lucho Arce) (@LuchoXBolivia) June 25, 2024
Assange deixou a prisão de segurança máxima de Belmarsh, no Reino Unido, na última segunda-feira (24/06). Ele recebeu fiança do Supremo Tribunal de Londres e foi libertado no aeroporto de Stansted durante a tarde, onde embarcou em um avião rumo às Ilhas Marianas, no Pacífico norte-americano.
O jornalista deve declarar-se culpado na audiência e ser sentenciado a 62 meses de prisão. O tempo, porém, é inferior aos cinco anos que o ativista já cumpriu, resultando assim em sua liberdade após a audiência.
(*) Com Brasil247 e TeleSUR