O vereador colombiano Roberto Sáenz, irmão do ex-líder das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) Alfonso Cano, morto em 2011, declarou na sexta-feira (13/06) apoio ao candidato à presidência Juan Manuel Santos. A declaração aconteceu durante o último evento público da campanha eleitoral de Santos. Os colombianos vão às urnas neste domingo (15/06).
O ex-líder guerrilheiro foi morto por ordem do próprio presidente Santos em 2011. Entretanto, Sáenz garantiu que irá votar no candidato “com o coração”, devido às recentes negociações de paz com as FARC e com o ELN (Exército de Libertação Nacional), que Santos vêm desenvolvendo.
Agência Efe
Homem caminha diante da caricatura de Juan Manuel Santos, em Bogotá
“Temos que superar a guerra, e o perdão deve fazer parte desse processo. Nós temos diferenças em muitos temas, mas acompanho o senhor do fundo do coração”, disse Sáenz. Ao receber a informação, Santos declarou ter ficado comovido com o apoio.
Sáenz afirma que sua “motivação para apoiar Santos, é a chance de ele alcançar a paz. Ele está cumprindo seu compromisso”. Em relação ao candidato concorrente, Óscar Iván Zuluaga, o vereador demonstra receio: “Zuluaga, se eleito, vai acabar com a negociação e virá com violência mais brutal”.
O ex-guerrilheiro Afonso Cano assumiu a liderança das FARC em 2008, após Manuel Marulanda, fundador da guerrilha, ser morto. Cano foi assassinado pelo Exército colombiano enquanto se refugiava em uma região onde as FARC são bastante ativas.
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As posições tomadas por Zuluaga estão causando preocupação em alguns setores do país. De acordo com alguns documentos vazados pelo Wikileaks, o candidato é comprometido com os EUA e se coloca contra seus vizinhos “chavistas”. Analistas consideram que o posicionamento de Zuluaga pode prejudicar relação com países latino-americanos.
Na última quarta-feira (11/06), Zuluaga encerrou sua campanha eleitoral depois de ter sido diagnosticado com laringite. Zuluaga é apadrinhado pelo ex-presidente Álvaro Uribe, que garantiu dar continuidade a estratégia de campanha. Entretanto, Uribe não foi visto em público.