Israel bloqueou uma verba de 106 milhões de dólares que deveria repassar aos palestinos em virtude de um acordo firmado com a ANP (Autoridade Nacional Palestina) para que pudesse pagar seus funcionários antes do fim do Ramadã.
O ministro das Finanças israelense, Yuval Steinitz, rejeitou a solicitação de repasse antecipado da verba procedente dos impostos e taxas alfandegárias recolhidos de trabalhadores e mercadorias palestinas por Israel, informou nesta quarta-feira (30/08) o jornal Ha'aretz.
Steinitz negou o pedido palestino mesmo depois de funcionários de seu próprio ministério, do de Defesa e da Autoridade de Alfândegas terem apoiado a transferência da verba e apesar de haver um acordo firmado com a ANP sobre a questão.
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Como consequência da decisão adotada pelo titular de Finanças, destacou ao jornal um alto funcionário israelense, a ANP terá problemas para pagar milhares de empregados, incluindo membros das forças de segurança, ao concluir o mês do Ramadã, nesta semana.
O repasse do dinheiro retido por taxas alfandegárias de Israel à ANP está previsto nos protocolos econômicos do processo de paz de Oslo (1993-2000).
O chamado “Acordo de Paris” de 1995 estabelece que Israel deve atuar como agente de retenção de taxas de todos os palestinos que trabalham em seu território, bem como dos depósitos efetuados em portos israelenses por mercadorias que têm como destino a ANP.
No entanto, apesar do dinheiro pertencer aos palestinos, a transferência requer a autorização do ministro das Finanças israelense, que se negou a concedê-la na sexta-feira com o argumento de que não havia chegado o momento para fazer o repasse mensal.
Fontes próximas a Steinitz explicaram que a recusa do ministro se deve aos recentes ataques com foguetes lançados contra Israel da Faixa de Gaza.
“Em momentos nos quais os palestinos disparam contra nós, não pretendemos dar presentes por conta das festas”, afirmou uma das fontes.
Os foguetes costumam ser disparados por milícias como a Jihad Islâmica e os Comitês Populares da Resistência de um território que a ANP não controla.
Steinitz já havia atrasado intencionalmente a transferência das verbas correspondentes à ANP após a estagnação do acordo de reconciliação firmado em maio entre o Fatah e o Hamas, com o argumento que temia que o dinheiro acabasse nas mãos de uma organização terrorista.
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