Ônibus lotados de reservistas, que permaneciam até então concentrados em bases militares espalhadas por Israel, estão entrando na Faixa de Gaza desde ontem (11). De acordo com o porta-voz das Forças Armadas israelenses, general-de-brigada Avi Benayahu, já há reservistas nas tropas e o número está aumentando.
A imprensa local interpretou isso como sinal de que a ofensiva de Israel, após a invasão terrestre, entrará em sua terceira fase, caracterizada pela ocupação da cidade de Gaza e de outros centros urbanos, segundo a agência Reuters.
Segundo o jornal israelense Haaretz, milhares de reservistas estão recebendo treinamento para entrar em combate em breve. O Comitê de Defesa do Parlamento israelense autorizou a mobilização deles a partir do dia 3 de janeiro, quando começou a invasão terrestre.
O número estimado de mortos já passa de 900 no início da tarde de hoje, sendo cerca de 95 mulheres, 277 crianças e 92 idosos. Feridos, são mais de 4 mil.
Conselho de Direitos Humanos da ONU condena Israel
O Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou hoje uma resolução que condena Israel pela ofensiva, pede o fim imediato das hostilidades e decide enviar uma missão de investigação independente.
O texto obteve 33 votos a favor – na maioria dos países árabes e islâmicos, assim como dos não-alinhados –, um voto contra do Canadá e 13 abstenções de países europeus. Os Estados Unidos não fazem parte do conselho.
Os 47 membros se reuniram para concluir a sessão especial sobre a situação em Gaza e os direitos humanos dos civis, uma reunião que começou na sexta-feira, mas sem acordo. O texto adotado “condena duramente” a operação israelense, “que causou violações maciças dos direitos humanos do povo palestino e a destruição sistemática das infra-estruturas”. Também pede o fim imediato dos ataques militares israelenses.
Rival do Hezbollah assume ataque a Israel
O grupo Resistência Árabe Islâmica reivindicou a autoria do lançamento de foguetes a partir do sul do Líbano contra Israel, na última quinta-feira, segundo o jornal libanês Daily Star.
A organização é presidida por Mohamed Ali al Hosseini e afirma possuir 3 mil militantes e armas sofisticadas para combater Israel. Trata-se de um braço do Conselho Árabe Islâmico, rival do Hezbollah, apontado inicialmente como suspeito de lançamento dos foguetes, mas que logo se eximiu.
Segundo Hosseini, os foguetes lançados na semana passada foram uma “mensagem clara” a Israel para que interrompa sua ofensiva em Gaza. “Os próximos foguetes que dispararemos matarão”, advertiu.
Manifestações pelo mundo
Demonstrações populares contra a ofensiva em Israel mobilizaram durante o fim de semana centenas de milhares de pessoas em várias partes do mundo.
Em São Paulo, cerca de 5 mil pessoas participaram ontem (11) de uma passeata na Avenida Paulista pelo fim do ataque israelense.
Na Alemanha, aproximadamente 20 mil pessoas saíram às ruas das principais cidades. O maior protesto reuniu cerca de 10 mil pessoas em Duisburg, no noroeste do país.
Em Madri, capital da Espanha, pelo menos 100 mil pessoas pediram que Israel declare cessar-fogo imediato. Também ocorreram passeatas expressivas em Sevilha, maior cidade do sul da Espanha, e Ourense, no norte do país. Outras manifestações pacíficas ocorreram na Itália e Líbano.
Na Argélia, mais de 60 pessoas ficaram feridas em passeatas de apoio aos palestinos, incluindo um jornalista que está em coma, segundo o governo do país. O protesto ocorreu ontem na área de maioria muçulmana da capital Argel e reuniu cerca de 30 mil pessoas. Entre os feridos, estão 40 civis e 23 policiais, atingidos por pedras. Demonstrações públicas são proibidas desde 1992, quando teve início a insurgência islâmica e o país instituiu estado de emergência.
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