Sábado, 19 de julho de 2025
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O chefe da Defesa Civil da Itália, Guido Bertolaso, declarou ontem (24/10) que o governo italiano “não irá voltar atrás” em sua proposta às prefeituras das localidades de Nápoles, ao mesmo tempo em que pediu a aceitação do acordo que tem o objetivo de pôr um fim aos intensos protestos contra um novo aterro sanitário na região.

“Não voltaremos atrás. Iremos em frente com este acordo, respeitando os pontos do decreto”, declarou Bertolaso, após prefeitos de localidades napolitanas declararem que não aceitariam a iniciativa do governo porque suas reivindicações não foram atendidas.

“Os cidadãos nos pediam garantias sobre Cava Vitiello [o novo aterro sanitário]. Não foi possível obtê-las. Decidimos, portanto, não assinar o documento”, declarou mais cedo o prefeito de Boscoreale, Gennaro Langella.

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Na proposta, apresentada ontem por Bertolaso, o governo de Silvio Berlusconi pedia aos prefeitos o fim das manifestações “imediatamente”, assim como discussões “democráticas” sobre o tema.

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Manifestações

Em meio a tentativas de se encontrar uma solução ao problema, a província do sul da Itália continua sendo cenário de fortes protestos. Durante as mobilizações de sábado, pelo menos seis pessoas ficaram feridas e duas foram detidas, acusadas de promoverem distúrbios.

Ontem, uma quantidade de explosivos foi apreendida pela polícia em uma praça do município de Terzigno. O fato ainda é investigado, mas não esta descartada a possibilidade de o material estar escondido para ser utilizado nos próximos dias, durante possíveis manifestações.

Para a noite deste domingo estava previsto ainda um plano extraordinário de coleta de lixo, visto que a situação está perto do caos, depois de caminhões de lixo serem impedidos de ingressar nas localidades nos últimos dois dias.

“Trabalharemos ininterruptamente na noite de hoje [ontem], com o objetivo de recolher entre 250 e 400 toneladas de lixo a mais do que em um dia normal, quando a coleta fica entre 1.250 e 1.400” toneladas, disse à ANSA o presidente da Asia [organismo responsável pela eliminação do lixo, ndr.], Claudio Cicatiello.

Crise

A crise do lixo na Itália não é um tema novo. Entre 2007 e 2008, ruas italianas também foram palco de protestos e ações de violência. Na época, as mobilizações eram realizadas tanto por moradores quanto por lixeiros.

Naquela ocasião, depois de duas semanas de greve dos trabalhadores do setor, a Itália precisou acionar o Exército para retirar mais de 100 mil toneladas de resíduos deixados nas ruas de Nápoles.

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Itália: Defesa Civil reitera acordo para acabar com a crise do lixo em Nápoles

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