Nesta terça-feira (06/09), desde cedo, as principais ruas de Roma estão tomadas por manifestantes em protesto contra o plano de austeridade lançado pelo governo e em discussão no Congresso, que determina uma série de restrições e aumento de impostos. A maior central sindical italiana, a Confederação Geral Italiana do Trabalho (Cgil), convocou greve geral contra as medidas impopulares.
Mais de 10 mil pessoas estavam reunidas em Florença (centro) e outras milhares foram às ruas também em Gênova (norte). A ideia do Cgil é que as marchas aconteçam em mais de cem cidades do país nesta terça-feira.
Leia mais:
A Europa em marcha-à-ré
Enfrentar a crise da dívida na Europa
Os ''indignados'' e a Comuna de Paris
Itália: um em cada cinco jovens está sem emprego e estudo, diz instituto
Sindicatos e partidos da oposição na Itália criticam plano de austeridade
Para analistas, o ato servirá para medir a força da resistência política às medidas propostas pelo governo do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, lançadas no último dia 12. O governo quer aprovar o plano até meados deste mês. Segundo os sindicalistas, as medidas do governo estimulam a demissão de empregados.
O plano tem a finalidade de equilibrar o orçamento até 2013 e está em discussão no Parlamento italiano. “É um plano que este país não merece. Estamos à beira do abismo e precisamos de um governo responsável”, disse a secretária-geral da Cgil, Susanna Camusso.
O plano introduz reformas no mercado trabalhista e estimula as privatizações dos serviços públicos. O BCE (Banco Central Europeu) começou a intervir no mês passado para tentar segurar as taxas depois que temores do mercado com a dívida da Itália, de 1,9 trilhão de euros, levou os juros sobre empréstimos a níveis insustentáveis.
Leia mais:
Crise financeira reduziu à metade o crescimento de salários no mundo até 2009, diz OIT
Estudo mostra sinais de recuperação das taxas de desemprego na União Europeia
Índice de desemprego nos EUA fica em 9,6% pelo 3º mês consecutivo
Em troca, o governo italiano tem o prazo de 60 dias para transformar em lei o decreto com as medidas de austeridade. Nesta terça-feira, o texto do plano de ajuste chega ao Senado para sua discussão e aprovação, o que deve acontecer até o final desta semana. Na sequência, o projeto deverá ser ratificado pela Câmara dos Deputados.
Voos foram cancelados. Trens, metrôs e ônibus operam com restrições e a
maior parte dos escritórios do governo está fechada. Além de Roma, há
protestos organizados em várias cidades do país, como Florença e Gênova.
Pontos turísticos, como o Coliseu de Roma, estão fechados devido às
manifestações. A paralisação afeta também os hospitais e as estações do
Correio. De acordo com os organizadores, a adesão à greve deve durar
oito horas.
*Com informações da BBC Brasil e da agência pública de notícias de Portugal, Lusa
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL