Quarta-feira, 14 de maio de 2025
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O sobrenome de origem judia foi um dos elementos que mais chamou a atenção dos noticiários do mundo após a vitória de Claudia Sheinbaum nas eleições presidenciais do México, neste domingo (02/06).

A dúvida gerada a partir dessa informação é sobre qual seria a postura da futura mandatária mexicana diante dos acontecimentos na Faixa de Gaza, onde a ofensiva militar promovida por Israel já matou mais de 36 mil civis palestinos e cometeu diversos crimes de guerra, alguns dos quais se tornaram objeto de processo na Corte Internacional de Justiça (CIJ).

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Durante a campanha, Sheinbaum deu poucas declarações sobre o assunto, seguindo orientação do seu partido, o Movimento de Regeneração Nacional (Morena), cuja estratégia visava impedir afirmações que pudessem gerar ataques de ódio contra ela por parte dos setores de direita.

Além disso, segundo a imprensa local, a presidente eleita tem forte ligação com sua família mas prefere evitar posicionar-se como judia, para reforçar seu perfil de defensora do Estado laico.

No entanto, em outubro de 2023, quando ainda era pré-candidata presidencial pelo Morena, Sheinbaum gravou um vídeo, dias depois dos ataques do Hamas em 7 de outubro daquele ano, e da proclamação de guerra por parte de Israel, iniciando a ofensiva militar em Gaza que se desenvolve até hoje.

Movimento de Regeneração Nacional
Em outubro de 2023, Sheinbaum se declarou a favor da solução de dois Estados para o conflito entre Israel e Palestina

O vídeo inicia com Sheinbaum apoiando a postura tomada pelo presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador, que repudiou a ação do Hamas, mas também a reação do governo de Israel e sua ofensiva em Gaza.

Chama a atenção o fato de que, ao menos naquele momento, ambos os líderes do Morena evitaram usar a palavra “terrorismo” para descrever as ações do grupo de resistência palestino. A então pré-candidata presidencial afirmou que “é preciso condenar qualquer forma de violência, e particularmente esta forma de violência, atacar a civis inocentes”.

Em seguida, Sheinbaum enfatiza sua defesa da solução de dois estados para por fim à violência em Gaza, e chega a fazer um apelo à Organização das Nações Unidas (ONU) para que promova as medidas necessárias para o devido reconhecimento ao Estado da Palestina.

“Ao mesmo tempo, eu também estou de acordo com que, além do fim da violência, é preciso também que sejam reconhecidos os dois estados (de Israel e da Palestina), e que se busque a forma imediata de se pacificar essa região do mundo”, afirmou.

Em seu apelo, Sheinbaum disse esperar “que a ONU se dedique a trabalhar por esse objetivo, que sejam definidas fronteiras seguras, claro que respeitando os tratados internacionais”.