O julgamento de Ahmed Khalfan Ghailani, o primeiro detento de Guantánamo a ser transferido aos Estados Unidos para ser devidamente julgado, foi marcado para o dia 13 de setembro de 2010 em Nova York, como foi decidido ontem (2) por Lewis Kaplan, juiz encarregado do caso.
Ghailani, que esteve preso na base norte-americana desde 2006, é indiciado por 286 infrações a lei, entre elas de ter participado dos ataques de 7 de agosto de 1998 contra as embaixadas dos Estados Unidos em Dar es Salaam, na Tanzânia – país do dentento – e em Nairóbi, no Kenia, que resultaram em 224 mortes. Ghailani também é acusado de pertencer ao grupo radical Al Qaeda e ter sido, inclusive, guarda costas de Osama Bin Laden – indício que nega.
Segundo o juiz Kaplan o atraso de 14 meses ao julgamento se deve ao fato do departamento de Justiça norte-americano não ter se decidido se irá pedir pena de morte para o acusado, que foi transferido para o estado de Nova York mês passado, quando teve inicio seu processo judicial.
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Gregory Cooper e Peter Quijano, advogados do detento, também haviam pedido esse atraso sob o argumento de que precisavam de tempo para estudar toda a documentação do caso. Eles ainda esperam um aval do juiz para visitar alguns lugares fora do país, que sob o comando da CIA (Central de Inteligência Norte-americana), seu cliente foi supostamente “maltratado física e psicologicamente”.
“Parece inegável que o defendido foi interrogado com técnicas brutais enquanto esteve detido em 'lugares negros' da CIA”, garantiram os advogados em nota emitida ao juiz Kaplan.
O nome de Ghalani consta em uma lista divulgada pela Cruz Vermelha com nomes de torturados em centro de detenção da CIA onde eram usados “métodos como privação do sono, nudismo prolongado, ataque de ruído e luz, imersão em água fria, a obrigação de permanecer de pé durante muito tempo e sufocamentos com água”, como diz o relatório.
Para o Pentágono, Ghailani é um dos mais importantes presos de Guantánamo. Quatro de seus supostos cúmplices já cumprem pena perpétua na prisão de Florence, no Colorado.
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