A esposa do jornalista e ativista Julian Assange, Stella Assange, manifestou preocupação com a viagem de seu marido do Reino Unido até as Ilhas Marianas do Norte, um território dos Estados Unidos, entre segunda (24/06) e terça-feira (25/06).
Julian foi liberado na manhã passada da prisão de segurança máxima, onde estava detido há mais de cinco anos na capital do Reino Unido, em Londres, e embarcou rumo ao local onde ocorrerá a audiência. Em seguida, o jornalista deve ser liberado ao seu país de origem, a Austrália.
“Precisamos de todos os olhares atentos ao voo dele caso algo dê errado”, escreveu Stella em seu perfil no X. “Julian não estará seguro até pousar na Austrália. Por favor, continuem acompanhando o voo dele.”
As Ilhas Marianas são um território dos Estados Unidos no Pacífico, mais próximas da Austrália do que do continente americano. Segundo o jornal New York Times, ele comparecerá à Corte da cidade de Saipan, na manhã da quarta-feira (26/06), onde o acordo será formalizado, seguindo depois para o seu país natal. De acordo com a agência de notícias AFP, o ativista concordou em se declarar culpado por revelar segredos militares.
Leia mais: Julian Assange está livre, anuncia Wikileaks
Após declarar-se culpado, espera-se que Assange seja sentenciado a 62 meses de prisão. O tempo, porém, é inferior aos cinco anos que o ativista já cumpriu, resultando assim em sua liberdade após a audiência.
A informação de sua liberdade foi publicada pelo WikiLeaks, do qual Assange é dono e por onde publicou informações de crimes cometidos por militares dos Estados Unidos em campanhas no Iraque e no Afeganistão, na chamada “guerra contra o terror”.
Também à AFP, Stella Assange afirmou que “o importante aqui é que o acordo envolve um tempo de prisão cumprido que, se ele assinasse, poderia sair livre”.
Agora, disse a esposa, a prioridade é que Julian recupere sua saúde. “Ele está em péssimo estado há cinco anos e deseja ter contato com a natureza. É isso que ambos queremos agora, ter tempo e privacidade, e simplesmente começar este novo capítulo”, concluiu Stella.
Segundo o WikiLeaks, a liberdade de Julian Assange é “o resultado de uma campanha global que abrangeu organizadores de base, defensores da liberdade de imprensa, legisladores e líderes de todo o espectro político, até às Nações Unidas”.
“O WikiLeaks publicou histórias inéditas sobre corrupção governamental e violações dos direitos humanos, responsabilizando os poderosos pelas suas ações. Como editor-chefe, Julian pagou caro por esses princípios e pelo direito do povo de saber”, publicou o site.
“Ao regressar à Austrália, agradecemos a todos os que estiveram ao nosso lado, lutaram por nós e permaneceram totalmente empenhados na luta pela sua liberdade. A liberdade de Julian é a nossa liberdade.”