Justiça suspende resultado de eleição presidencial na Ucrânia

A Justiça da Ucrânia suspendeu hoje (17) em caráter temporário o resultado das eleições presidenciais do último dia 7, que deram vitória ao candidato de centro-esquerda Viktor Yanukovitch.

A decisão foi tomada pela Suprema Corte Administrativa do país e valerá até os juízes se pronunciarem sobre o recurso apresentado ontem (16) pela primeira-ministra Yulia Tymoshenko, candidata derrotada. A premiê não reconheceu a derrota e pretende anular o resultado do pleito – mesmo procedimento usado em 2004, quando Yanukovitch também foi eleito mas teve a votação anulada, em um longo processo judicial e político conhecido como “Revolução Laranja”.

Por outro lado, a Justiça ucraniana indeferiu um segundo recurso de Tymoshenko, pelo qual a primeira-ministra pedia que Yanukovitch fosse proibido de tomar posse. Ela pedia que o Supremo mandasse a Comissão Eleitoral Central “tomar a decisão de repetir a votação das eleições”.

^{EFE (16/2/2010)}



_{Tymoshenko deixa tribunal onde entrou com recurso: decisão foi “pequena vitória psicológica”, diz agência russa}

“Se o tribunal não permitir a apuração dos votos nas seções eleitorais sobre os quais há dúvidas, para assim mostrar à Ucrânia a situação real, então não faz sentido falar de Justiça em nosso país”, declarou a primeira-ministra à imprensa, após entrar com o recurso no tribunal.

Tymoshenko anexou à requisição oito volumes de documentos que, segundo ela, provam que houve fraude na região leste do país, o principal reduto eleitoral de Yanukovitch, de maioria étnica russa.

“Temos certeza de que houve falsificação sistemática, fundamental e universal do segundo turno”, acusou a chefe de Governo.

Segundo a candidata derrotada, teriam sido usadas cinco “tecnologias de fraude” na votação, o que estaria incluído na documentação.

De acordo com um comentário da agência de notícias russa RIA Novosti, a aceitação do pedido de Tymoshenko pela Justiça foi uma “pequena vitória psicológica” da primeira-ministra, mas não deve alterar o resultado de uma eleição já aceita pela comunidade internacional e considerada por observadores estrangeiros como limpa.

“As eleições presidenciais na Ucrânia em 2010 estão concluídas, e devemos parar. A próxima eleição regular para presidente da Ucrânia só vai acontecer em 2015”, disse o membro da commissão Mikhail Ohendovsky, citado pelo jornal ucraniano Korrespondent.

Yulia Tymoshenko esperou o resultado oficial das eleições, anunciado somente ontem, para entrar com o recurso. De acordo com os números divulgados pela Comissão Eleitoral Central, Yanukovitch recebeu 12.481.266 votos, ou 48,95%, enquanto ela teve  11.593.357 votos, ou 45,47%, segundo o jornal russo Pravda.

_{*Com informações da agência de notícias EFE.}

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