A Suprema Corte de Justiça do Uruguai confirmou nesta sexta-feira (02/09) a condenação de 25 anos de prisão do ex-ditador Gregorio Álvarez por 37 homicídios “muito especialmente agravados” cometidos durante o regime militar (1973-1985).
A Justiça também ratificou a pena de 20 anos para o ex-capitão da Marinha Juan Carlos Larcebeau por outros 29 homicídios.
Leia mais:
Militares e guerrilha uruguaia tentaram acordo de anistia durante a ditadura, revela jornal
Militares uruguaios demonstram preocupação com fim da lei de anistia
Frente Ampla expulsa senador que votou contra anulação da lei de anistia
Senado uruguaio invalida lei que perdoava crimes da ditadura
Senado uruguaio volta a debater anulação da lei de anistia a repressores da ditadura
Os crimes referem-se às desaparições forçadas de uruguaios que foram enviados da Argentina, em 1978, pelo Plano Condor, que coordenou as ações repressivas das ditaduras do Cone Sul (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai).
A sentença avaliou que os crimes cometidos pelos militares não prescreveram em virtude da “periculosidade” de ambos os acusados e pela própria “gravidade do crime” cometido.
A sentença confirma a tipificação dos crimes da ditadura como “homicídio muito especialmente agravado” e descarta a atribuição de “desaparição forçada” defendida pela Procuradoria Geral, já que essa classificação não existia quando os crimes foram cometidos.
O juiz Luis Charles anunciou a sentença em primeira instância em 22 de outubro de 2009, embora Álvarez e Larcebeau estejam presos desde 2007.
Os crimes pelos quais ambos são julgados estão excluídos da Lei da Caducidade, que desde 1986 concede impunidade a militares e policiais que violaram os direitos humanos durante a ditadura.
Álvarez tem 85 anos e ocupou a Presidência entre 1981 e 1985. Ele é o único ex-ditador vivo, depois da morte, em 17 de julho, de Juan María Bordaberry, que deu o golpe de Estado em 27 de junho de 1973.
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL