A operação foi coordenada pelo promotor Patricio Cooper e justificada de forma contraditória. Primeiro, o Ministério Público disse que se tratava de uma investigação sobre um suposto caso de tráfico de influências no processo de compra da falida clínica Sierra Bella, no Centro de Santiago, por parte da Prefeitura de Santiago, para a incorporação dessa estrutura à rede de saúde pública municipal.
Apesar de a busca e apreensão ter sido realizada naquela data, os eventos investigados teriam acontecido em novembro de 2022, quando a prefeita da capital chilena era Irací Hassler, também do Partido Comunista. O pedido da promotoria para realizar a diligência surgiu em função do vazamento de uma conversa por whatsapp ocorrida também em 2022, entre Cariola e Hassler.
Porém, o processo de aquisição da clínica Sierra Bella nunca foi concretizado e o edifício jamais foi comprado pela administração municipal.
Diante da repercussão do caso, o Ministério Público mudou sua versão e afirmou que se trataria de um caso de tráfico de influência para que uma pessoa ligada a Cariola pudesse receber um suposto alvará para venda de álcool em um estabelecimento comercial do Centro de Santiago, supostamente próximo à clínica.
Horas depois da diligência, o Partido Comunista publicou um comunicado exigindo que as investigações do caso sejam feitas “com transparência e sem instrumentalização política, garantindo o devido processo e o respeito aos direitos fundamentais”.
O Partido Comunista e a própria deputada afirmam que as acusações do Ministério Público e os vazamentos à imprensa de conversas que deveriam estar protegidas pelo sigilo da investigação configuram mais um caso de lawfare contra a sigla, similar ao sofrido pelo ex-prefeito da comuna de Recoleta, Daniel Jadue, que passou três meses em prisão preventiva, em meados de 2024, e que ainda está sob prisão domiciliar, apesar de o processo contra ele não ter uma sentença definitiva.
Com informações de El Ciudadano e Rádio Universidad de Chile.