Segunda-feira, 9 de junho de 2025
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Em uma eleição acirrada e marcada por reviravoltas, o candidato do partido Lei e Justiça (PiS), Karol Nawrocki, da direita populista, foi declarado vencedor das eleições presidenciais da Polônia.

Com um discurso fortemente nacionalista, ele obteve 50,89% dos votos no segundo turno ocorrido neste domingo (01/06) no país. Seu oponente, o prefeito de Varsóvia, Rafał Trzaskowski, da Coalizão Cívica, obteve 49,11% dos votos.

A vitória do conservador, do partido aliado ao atual presidente Andrzej Duda, é vista como um revés para o governo de coalização e pró-europeu do primeiro-ministro Donald Tusk, apoiador da candidatura liberal e pró-europeia de Trzaskowski.

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Nawrocki obteve 50,89% dos votos no segundo turno ocorrido neste domingo (01/06) 
@NawrockiKn

Analistas apontam, a partir de agora, futuras tensões entre a presidência e o Parlamento. Na Polônia, o presidente tem poder de vetar os projetos legislativos e de nomear o primeiro-ministro, o que confere à vitória de Nawrocki um peso ainda maior no cenário nacional.

Ao longo do processo eleitoral, o conservador defendeu uma política fortemente nacionalista,  com apoio das lideranças da direita europeia e até mesmo de Donald Trump, nos Estados Unidos, de quem adaptou o slogan: “Polônia em primeiro lugar”.

Como destacou , em análise sobre as eleições polonesas, sua eleição tende a dar continuidade à política de bloqueio de Duda, que usou seu poder de veto para impedir a maioria das reformas, especialmente a restauração do Estado de direito.

Sua eleição também promete um confronto com a agenda da União Europeia. Nawrocki é contra a política climática e o pacote migratório de Bruxelas. Ele também se manifesta cético em relação à ajuda do bloco à Ucrânia.

Margens estreitas

Durante as eleições, o candidato da Coalização Cívica, partido do primeiro-ministro Tusk, apresentou um caminho mais alinhado aos valores liberais e europeus.

O primeiro-ministro polonês ainda não comentou o resultado eleitoral, o que deverá fazer nesta segunda-feira, 20h (horário local).

A eleição foi acirrada, o que demonstra uma forte polarização no país. O resultado eleitoral, inclusive, contrariou a primeira pesquisa de boca de urna divulgada após o fechamento das urnas. Com uma leve vantagem nas pesquisas, Trzaskowski chegou a declarar a vitória prematuramente nas redes sociais, reconhecendo a derrota na sequência, após a confirmação do resultado.

Líderes europeus se pronunciaram sobre a vitória da direita conservadora na Polônia. O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, celebrou: “Que emoção! Parabéns ao presidente Nawrocki pela sua fantástica vitória. Esperamos fortalecer a cooperação no Grupo de Visegrado”.

Marine Le Pen, do partido de extrema direita francês Rally Nacional, disse que a vitória foi uma “boa notícia” e marcou uma “rejeição da oligarquia de Bruxelas” que tenta impor suas “políticas autoritárias e ambições federalistas… desafiando a vontade democrática”.

Gitanas Nausėda, presidente da Lituânia, destacou a “amizade sincera” entre os dois países. Já o premiê tcheco Petr Fiala ressaltou os “valores democráticos” que unem Polônia e República Tcheca.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, também se manifestou. Ele descreveu a Polônia como “pilar da segurança regional e europeia” e disse esperar uma “cooperação frutífera” com o próximo governo polonês.

Já o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, destacou a necessidade de cooperação entre os dois países dentro da União Europeia e da OTAN. “Uma Europa forte precisa de uma boa cooperação germano-polonesa, especialmente neste momento”, afirmou.

Com The Guardian e DW.