Em visita ao Brasil, o prêmio Nobel de Economia, Paul Krugman, afirmou ontem (2) que o atual fluxo de capitais é “uma bolha”, mas não manifestou se ela vai estourar nos próximos meses. Segundo ele, a causa está na valorização da taxa de câmbio brasileira, “um problema real e, se for mantida no atual nível – por um prazo duradouro -, pode prejudicar a economia nacional”.
Segundo o intelectual, se a depreciação do dólar for mantida no atual patamar por um prazo duradouro, pode prejudicar a economia nacional, “especialmente gerando efeitos negativos sobre as exportações e o agravamento do déficit das contas correntes”.
“O patamar atual do câmbio é semelhante ao registrado no início de 2008, quando os preços das commodities estavam muito elevados. Isso não é saudável”, disse.
O professor reconheceu que é difícil, para qualquer governante, lidar com uma situação dessas. “Talvez seja o caso de as autoridades brasileiras dizerem aos investidores: ‘Estamos melhor do que antes, mas não tão bem’”, brincou.
Caminhos
Embora não tenha defendido de forma enfática a adoção de medidas para coibir a valorização do real ante o dólar, Krugman afirmou que dois caminhos poderão ajudar a frear a apreciação excessiva do câmbio.
Um deles é a adoção de impostos sobre capitais que ingressam no país, o que o governo passou a fazer com a implementação da alíquota de 2% de IOF sobre o ingresso de investimentos em ações e títulos de governo brasileiro.
A outra alternativa é a compra de reservas cambiais, movimento que deve ser mantido pelo Banco Central no curto prazo. Em agosto de 2008, a poupança externa atingiu 205 bilhões de dólares. Atualmente, está próximo de 237 bilhões.
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