O líder da oposição venezuelana Leopoldo López afirmou, durante audiência realizada nesta terça-feira (18/11), que não irá às próximas sessões da Justiça do país enquanto o governo de Nicolás Maduro não acatar a resolução do comitê de trabalho contra detenções arbitrárias da ONU, que pede sua soltura. López, acusado de ser responsável pelos eventos violentos ocorridos durante protestos em fevereiro deste ano, se recusou três vezes a comparecer diante do Tribunal pelo mesmo motivo.
A recomendação da ONU, no entanto, foi rechaçada pela juíza Susana Barreiros, na última quinta-feira (13/11). Ela esclareceu que a resolução não tem caráter vinculante para a Venezuela, uma vez que o grupo de Trabalho da ONU não está contemplado nos pactos internacionais, e negou, portanto, que López deva ser colocado em liberdade.
Agência Efe
Pouco mais de uma dezena de pessoas se manifestaram diante do Tribunal pedindo a libertação de López
Após o pronunciamento, López aceitou sair da cela e sua defesa recorreu da decisão na Corte de Apelações no Palácio da Justiça na última segunda-feira (17/11).
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López aproveitou ontem seu direito à palavra para questionar a decisão de Barreiros e ressaltou que não comparecerá às outras audiências enquanto não for tomada uma decisão com relação à apelação feita por seu partido, o Vontade Popular.
O dirigente político, em prisão preventiva desde 18 de fevereiro, é acusado por delitos de instigação pública, formação de quadrilha, danos à propriedade e incêndio.
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A esposa de López, Lilian Tintori, usou o Twitter para divulgar algumas frases ditas por ele durante o julgamento: “Leopoldo os olhou na sala e disse: ‘hoje estamos retratando todos, estamos fazendo história!”. Além disso, ele “disse que é inocente, que vai sair em liberdade e que não guarda rancores”.
Antecedentes
Os fatos violentos de 12 de fevereiro deram início a uma onda de protestos antigovernamentais que durou mais de quatro meses. Segundo o balanço oficial, 43 pessoas morreram, dezenas ficaram feridas e mais de três mil foram detidas.
Após entregar-se voluntariamente e acompanhado de milhares de simpatizantes no dia 18 de fevereiro, López começou a ser julgado em 23 de julho.