O líder do partido federalista Liga Norte, Umberto Bossi, importante aliado no governo do primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, pediu nesta terça-feira (08/11) ao premiê que “dê passagem”. O comentário é interpretado pela imprensa local como uma possível referência a uma renúncia.
Bossi, que em 6 de outubro sugeriu a possibilidade de realizar eleições antecipadas na Itália, não se manifestou contrário à hipótese da substituição de Berlusconi no Executivo por Angelino Alfano, secretário do PdL (Povo de Liberdade), principal partido do governo.
“E, caso contrário, quem colocamos, o secretário-geral do PD (Partido Democrata), (Pier Luigi Bersani)?”, comentou Bossi em declarações divulgadas nesta terça-feira pelos meios de comunicação locais.
As palavras de Bossi vieram à tona horas antes de acontecer um voto na Câmara dos Deputados para aprovar as contas do Estado de 2010, uma decisão que permitirá saber se Berlusconi conta com a maioria para seguir governando.
Após as palavras do líder da Liga Norte, o parlamentar do PD Paolo Gentiloni apressou-se a pedir a renúncia de Berlusconi.
“Depois das declarações de Bossi a Berlusconi, não lhe resta mais nada além de renunciar. Nem mesmo a Liga o sustenta mais no papel de presidente do Conselho. Ele deveria atuar imediatamente”, disse Gentiloni.
Ao mesmo tempo em que Bossi pedia ao primeiro-ministro que abrisse caminho, os partidos da oposição anunciavam que tinham acertado estar presentes na Câmara dos Deputados, mas não votar na aprovação do Orçamento.
Caso toda a oposição não vote, ficará claro o número de votos com os quais Berlusconi conta, as abstenções que podem proceder de seu próprio partido e se há votos contrários entre suas fileiras.
O documento não pôde ser aprovado em 11 de outubro ao ser registrado um empate de 290 votos a favor e 290 contra no primeiro artigo do texto, que, para seguir adiante, requereria pelo menos 291 apoios, o que obrigou o primeiro-ministro a pedir um voto de confiança na Câmara que ganhou por uma estreita margem.
A aprovação do texto de 2010 é fundamental para a posterior aprovação da Lei de Orçamentos e a da estabilização econômica, motivo pelo qual o presidente da República, Giorgio Napolitano, realizou um chamado à “responsabilidade nacional” dos parlamentares.
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