O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, formalizou hoje (3) a reeleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad, apesar das queixas da oposição contra o resultado da votação de 12 de junho, que mergulhou o país na sua pior crise das últimas três décadas.
Importantes figuras da oposição e dois ex-presidentes, Akbar Hashemi Rafsanjani e Mohammad Khatami, que apoiaram o candidato reformista Mir Hossein Moussavi, não foram à cerimônia, segundo a imprensa local.
“A cerimônia oficial foi realizada e o líder supremo aprovou a presidência do sr. Ahmadinejad”, disse a TV estatal Al Alam. O presidente tomará posse de seu segundo mandato na quarta-feira (5) no Parlamento, e seu primeiro desafio será montar um gabinete aceitável para os conservadores, que devem protestar caso o presidente nomeie apenas pessoas de seu círculo íntimo.
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No passado, o Parlamento já rejeitou indicações ministeriais de Ahmadinejad. Moussavi e Karoubi dizem que o próximo governo será ilegítimo.
Khamenei deu aval ao resultado eleitoral de 12 de junho e exigiu o fim imediato dos protestos, que deixaram mais de 20 mortos. Oficialmente, Ahmadinejad recebeu 63% dos 40 milhões de votos, contra 34% de Moussavi.
Sem o apoio de Khamenei, qualquer nomeação ministerial deve enfrentar dificuldades no Parlamento, já que muitos deputados têm criticado Ahmadinejad desde a eleição.
Prisões
Num aparente esforço para conter os protestos nas ruas, o Irã no sábado (1) levou a julgamento cem manifestantes, inclusive várias personalidades moderadas. Eles enfrentam várias acusações, como agir contra a segurança nacional, que podem acarretar a pena de morte.
Entidades de direitos humanos dizem que centenas de pessoas, inclusive políticos reformistas importantes, jornalistas e advogados, foram detidas desde a eleição. O processo deve ser retomado na quarta-feira.
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