Os social-democratas (SD) levaram, no último domingo (13/10) as eleições parlamentares da Lituânia, com 20% dos votos, ficando à frente do partido de centro-direita e governista União Pátria (18%), liderado pela primeira-ministra do país Ingrida Šimonytė. As informações são da Baltic News Network.
As eleições para o Seimas, parlamento do país, alocarão 70 assentos; para que o governo seja formado, um partido deverá receber ao menos 5% dos votos e formar uma coalizão multipartidária de ao menos 7%.
A líder do SD, Villija Blinkevičiūtė, já anunciou, no último domingo, que seu partido tentará formar um governo de coalização com o União Pátria. Atrás deles, está o Nemuno Aušra, partido de extrema direita que recebeu 15% dos votos.
Mais cedo, Blinkevičiūtė havia afirmado: “acho que será uma coalizão com dois partidos de esquerda”, acrescentando que estava se referindo aos partidos Agricultores e Verdes e Pela Lituânia.
Depois, a política se reuniu com Saulius Skvernelis, líder do União Pátria, e voltou atrás, segundo a LRT (Lietuvos Nacionalinis Radijas ir Televizija). “Decidimos formar a maioria governista juntos”, disse então.
O cenário político na Lituânia
Caso Blinkevičiūtė consiga formar o governo, a imprensa lituana espera que o país mantenha uma posição anti-russa e siga com gastos grandes com defesa.
Foi estimado pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que o país báltico de 2,9 milhões de habitantes gastará cerca de 3% do seu PIB com as forças armadas, o que o torna o sexto maior gastador da aliança em 2024.
“Acredito que nossos eleitores, nossos cidadãos disseram que querem algumas mudanças”, também afirmou Blinkevičiūtė, citando para áreas como renda, moradia, saúde e educação.
Simonyte, atual primeira-ministra do país, lidera um governo de centro-direita com popularidade reduzida por fatores como deterioração dos serviços públicos e alta da inflação, que chegou a 20% há dois anos.
Domesticamente, a campanha do SD prometeu enfrentar o aumento da desigualdade no país, apontando para uma maior taxação de grandes fortunas, que poderia vir a financiar gastos com saúde e outras despesas sociais.
Guerra na Ucrânia
Em pesquisa realizada pela Baltijos Tyrimai/ELTA em maio, três quartos dos lituanos afirmaram que acreditam que a Rússia poderia atacar seu país em um futuro próximo. A segurança nacional é um assunto que gera grande preocupação nos bálticos.
Os principais partidos demonstram apoio a Ucrânia na guerra contra a Rússia, e também consentem com um aumento nos gastos do país com a defesa.
Mais sobre o processo eleitoral
Os resultados definitivos e a composição do próximo governo do país, no entanto, só serão claros após o segundo turno, que ocorrerá em duas semanas, segundo a LRT (Lietuvos Nacionalinis Radijas ir Televizija).
Metade dos membros é eleita por voto popular e a outra metade por voto distrital, o que geralmente favorece os maiores partidos políticos.
Os números oficiais mostram que 52,1% dos eleitores qualificados da Lituânia votaram no domingo, em comparação com 47,2% de quatro anos atrás.
Sobre o Nemuno Aušra
O partido de extrema direita foi fundado em novembro de 2023, por Remigijus Žemaitaitis após sua expulsão do partido Liberdade e Justiça devido a suas declarações antissemitas.
Em junho de 2024, o partido ganhou representação após a adesão de três parlamentares; um anteriormente do Sindicato dos Agricultores e Verdes da Lituânia e dois anteriormente do Partido Trabalhista.