Em sua habitual coletiva de imprensa matutina, nesta terça-feira (13/08), o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, descartou a possibilidade de uma reunião com seu homólogo argentino, Javier Milei, nos próximos dias.
O mandatário argentino anunciou dias atrás que visitará a capital mexicana para participar da edição local da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), evento da extrema direita mundial programado para acontecer entre os dias 23 e 24 de agosto.
Ao justificar a negativa em se reunir com Milei, Obrador enfatizou suas diferenças ideológicas com o líder da extrema direita argentina. “Não concordo com a sua forma de pensar e com a sua forma de ser”, frisou.
Além disso, o presidente mexicano informou que o governo da Argentina tampouco solicitou um encontro formal entre os dois mandatários.
Apesar de não se pronunciar pessoalmente sobre a visita de Milei, a presidente eleita Claudia Sheinbaum tampouco deve se reunir com o mandatário argentino. Segundo o diário mexicano La Jornada, sua equipe de comunicação afirma que ela estará ocupada em eventos relacionados com a transição.
Além de Milei, o CPAC México deve contar com as presenças da senadora colombiana María Fernanda Cabal e do deputado federal brasileiro Eduardo Bolsonaro, além de figuras da oposição venezuelana, ainda não anunciadas oficialmente.
Obrador e Milei já trocaram diversas declarações ofensivas. Em suas publicações no X (antigo Twitter), no início deste ano, o argentino já chamou o mexicano de “ignorante”. Há poucos dias, ele chamou tanto Obrador quanto os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, de “estúpidos”, por não se aliarem ao bloco de países que se nega a reconhecer o resultado das eleições de 28 de julho na Venezuela.
Em resposta, o líder progressista do México qualificou Milei como um “fascista conservador” e disse não entender “como os argentinos, sendo tão inteligentes, votaram em alguém assim, que despreza o povo”.