2º turno no Equador: Luisa González denuncia ‘ações desesperadas’ do governo Noboa
Candidata do Revolução Cidadã disse que recebeu informações sobre possíveis armações contra registros de votação em diferentes regiões do país
Poucas horas antes do início do segundo turno das eleições no Equador, a candidata presidencial pelo Revolução Cidadã, Luisa González, denunciou uma série de ações, que chamou de “desesperadas” do governo, que poderiam afetar o resultado do pleito presidencial.
González disse que recebeu informações de membros da inteligência da Polícia Nacional e das Forças Armadas sobre possíveis armações e operações para fraudar registros de votação em diferentes regiões do país.
“Esses falsos positivos buscam criar a ideia de fraude diante de sua derrota iminente”, declarou González em um vídeo publicado em suas redes sociais na noite de sábado (12/04).
A candidata do Revolução Cidadã pediu aos órgãos de segurança do país que sejam garantidores da democracia, dos interesses e da segurança do povo equatoriano. Além disso, González convidou os equatorianos a votarem com otimismo e que as organizações e observadores internacionais do processo eleitoral “estejam vigilantes diante dos abusos que o país está sofrendo”.
“Isso vai acabar logo, senhor Noboa. O senhor tem medo, mas a esperança nos pertence”, declarou.
¡Queridos ecuatorianos!
Hago pública mi denuncia ante las acciones desesperadas que, una vez más, el gobierno nacional del candidato-presidente pretende implementar en las próximas horas.
Noboa usted tiene el miedo, nosotros la esperanza. 💪🏻🇪🇨#PorLaVida #LuisaPresidenta… pic.twitter.com/dZnXz6Gjjf
— Luisa González (@LuisaGonzalezEc) April 13, 2025
González já havia denunciado, na sexta-feira (11/04), que o governo de extrema direita de Daniel Noboa fez mudanças na equipe de segurança militar dela a dois dias do segundo turno no país. A herdeira política do ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017) assinalou que seu esquema de segurança militar foi estabelecido “após as graves denúncias de atentados” contra ela, “que atualmente estão sob investigação do Ministério Público”.
González tachou a medida de “irresponsável, temerária e profundamente perigosa”, e responsabilizou Noboa, o ministro da Defesa, Giancarlo Loffredo Rendón, e o chefe do Comando Conjunto das Forças Armadas do Equador, general Jaime Vela. “Ratifico meu pedido de manter a equipe de segurança atribuído durante estes dias decisivos para o país”, insistiu a candidata.
Noboa declara estado de exceção
Ainda no sábado, o governo Noboa decretou um novo estado de exceção em sete províncias do país e na capital Quito. De acordo com o anúncio, a medida irá durar por dois meses e inclui restrições aos direitos fundamentais e um aumento da presença militar no país.

@LuisaGonzalezEc
Como o anúncio foi um dia antes do segundo turno, a Assembleia Nacional expressou rejeição à imposição do presidente equatoriano, declarando que “as medidas tomadas (…) levantam preocupações na medida em que limitam o direito de reunião, afetam o andamento normal da contagem de votos e perturbam a ordem democrática e, portanto, o desenvolvimento de um processo eleitoral transparente, pacífico e legítimo”.
Já a bancada do Revolução Cidadã no Parlamento alertou que o decreto restringe “direitos fundamentais como a liberdade de reunião e a inviolabilidade do domicílio e da correspondência” e “levanta sérias suspeitas sobre seu verdadeiro propósito: restringir o exercício da democracia e dificultar o desenvolvimento de um processo eleitoral livre e justo”.
Os deputados da sigla também acusaram o presidente Noboa de usar o estado de exceção como um instrumento político de controle. “Ou será que, diante dessa tentativa de fraude, ele quer coibir o direito do povo de protestar?”, questionou a bancada.
O decreto presidencial também foi rejeitado pela Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), que considerou como uma tentativa desesperada de manipular eleições, restringir os direitos dos cidadãos e garantir o controle político por meio do medo e da força.
(*) Com Telesur.
