Terça-feira, 13 de maio de 2025
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O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, declarou nesta terça-feira (22/04) que não deseja uma “nova Guerra Fria”, nem ter que escolher entre dar apoio à China ou aos Estados Unidos em meio à guerra comercial promovida pelo mandatário norte-americano Donald Trump.

A posição foi dada durante a visita do homólogo chileno Gabriel Boric ao Palácio do Planalto, em Brasília, em celebração aos 189 anos das relações diplomáticas entre os dois países.

O encontro também serviu para a assinatura de atos e a consolidação de relações bilaterais entre Brasil e Chile, com foco no comércio, nos investimentos entre ambos e na conclusão do Corredor Rodoviário Bioceânico.

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“Todo mundo só falava em livre comércio e globalização e, de repente, nada disso vale a pena e o que vale a pena agora é o protecionismo”, questionou Lula, durante o evento.

‘Nova Guerra Fria’

Em seguida, o presidente brasileiro afirmou que não quer “uma nova Guerra Fria”, e completou: “não quero fazer opção entre Estados Unidos ou China”.

“Eu quero ter relações com os Estados Unidos, quero ter relação com a China, não quero ter preferência. Quem tem que ter preferência são os meus empresários que querem negociar, mas eu não, eu quero vender e comprar, vender e comprar, fazer parceria”, acrescentou Lula.

Boric e Lula tiveram reunião oficial no Palácio do Planalto, em Brasília
Ricardo Stuckert / Presidência da República

O mandatário aproveitou a coletiva para criticar Trump por suas medidas protecionistas, ao afirmar que as ações do líder republicano vão na contramão de “tudo o que foi falado para nós desde os Anos 80, a respeito d globalização e do livre comércio”.

O presidente do Chile também endossou as palavras do brasileiro, posicionando-se contrário a uma guerra comercial e à “politização arbitrária do comércio”.

Reunião a portas fechadas

De acordo com o jornal Folha de São Paulo, na reunião a portas fechadas, Boric “usou um exemplo das relações sindicais” para se referir à conduta de Trump, que obrigou diversas nações a abrirem negociações individuais com Washington.

“Não queremos que os maiores esmaguem os menores”, teria dito o chileno.

Já Lula reforçou que “somente o multilateralismo” pode estabilizar as relações políticas e comerciais. Ele ainda mencionou o papa Francisco, que faleceu na segunda-feira (21/04): “eu espero que com a morte do papa Francisco, isso possa representar algum sinal de que os seres humanos precisam mudar para melhor”.

Durante a assinatura de atos, Boric recebeu um convite direto para participar da Cúpula do BRICS, que ocorrerá nos dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro. De acordo com Lula, existe a necessidade de fortalecer os laços entre o bloco e os países da América Latina, sem que a cooperação regional dependa dos interesses pessoais entre governantes.

“Ou nós aprendemos isso ou vamos continuar pobres por mais 500 anos”, ressaltou Lula.

 

Com informações de Cooperativa e Folha de São Paulo.