Lula apoia atos contra anistia e PEC da Blindagem: ‘povo não quer impunidade’
Presidente do Brasil defendeu que Congresso 'se concentre em medidas que tragam benefícios para povo brasileiro'
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, reiterou sua rejeição a uma eventual anistia para o ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL) e outros condenados pela tentativa de golpe, após as manifestações realizadas no último domingo (21/09) em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e outras capitais.
“Estou do lado do povo. As manifestações de hoje demonstram que a população não quer a impunidade nem a anistia”, declarou o líder brasileiro.
Estou do lado do povo brasileiro. As manifestações de hoje demonstram que a população não quer a impunidade, nem a anistia. O Congresso Nacional deve se concentrar em medidas que tragam benefícios para o povo brasileiro. pic.twitter.com/qgqQO5lVGI
— Lula (@LulaOficial) September 22, 2025
Lula disse ainda que “o Congresso Nacional deve se concentrar em medidas que tragam benefícios para o povo brasileiro”, referindo-se à PEC da Blindagem, que prevê exigência de autorização do Congresso para processar criminalmente deputados e senadores.
A mensagem, publicada na rede social X, foi acompanhada por uma foto da concentração na Avenida Paulista, onde os manifestantes estenderam uma bandeira do Brasil, também em repúdio ao protesto da direita contra o julgamento de Bolsonaro, ocorrido há algumas semanas, na qual uma bandeira dos EUA foi erguida.

Em São Paulo, ato reuniu cerca de 42,3 mil pessoas em frente ao Masp, segundo levantamento da USP
Paulo Pinto/Agência Brasil
Já a a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), declarou que o Brasil “não irá voltar atrás na punição aos que atacaram a democracia”. Segundo ela, “o povo expressou sua posição pela integridade de nosso Estado Constitucional”.
Em São Paulo, o ato reuniu cerca de 42,3 mil pessoas em frente ao Masp, segundo levantamento do Monitor do Debate Político da Universidade de São Paulo (USP). No Rio de Janeiro, 41,8 mil manifestantes se concentraram na orla de Copacabana, de acordo com o mesmo organismo.
No Rio de Janeiro, o protesto contou com a presença de artistas como Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil, que participaram de discursos e apresentações musicais. Os manifestantes exibiram cartazes contra a anistia e a “PEC da Blindagem”, reforçando palavras de ordem em defesa da democracia.
Também foram registradas multidões nas ruas de grandes cidades como Salvador, Recife, Natal, Belo Horizonte e Brasília. Ao todo, 33 cidades tiveram atos, incluindo todas as capitais.
Por que ocorreram protestos?
Com o mote “Congresso Inimigo do Povo”, os manifestantes exigiram a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão pela trama golpista que tentou reverter o resultado das eleições de 2022 e culminou nos atentados à Praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023.
Aprovada em regime de urgência na última terça-feira (16/09) pela Câmara dos Deputados, a PEC da Blindagem prevê que qualquer abertura de ação penal contra parlamentar dependa de autorização prévia, da maioria absoluta do Senado ou da Câmara.
Pelo texto, os parlamentares têm 90 dias para decidir se autorizam ou não a investigação criminal contra um colega, a contar de quando o Supremo enviar o pedido ao Congresso. Segundo a proposta, a abertura de processos judiciais e investigações contra parlamentares precisará ser aprovada pela maioria das próprias casas legislativas.
Já na quarta (17/09), a Câmara aprovou a tramitação de um projeto de lei de anistia que poderia beneficiar os condenados na tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
(*) Com Agência Brasil e Ansa























