O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou nesta quarta-feira (27/11) sua determinação em assinar o acordo entre Mercosul e União Europeia ainda neste ano, apesar da oposição da França.
“Nós vamos fazer o acordo do Mercosul com a União Europeia, não tanto pela questão financeira, mas porque estou há 22 anos nisso, e nós vamos concretizar”, garantiu Lula durante a abertura do evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em Brasília.
No dia anterior, durante uma votação na Assembleia Nacional da França, 484 dos 555 deputados presentes na sessão expressaram seu repúdio ao tratado, reforçando o posicionamento contrário do governo francês perante a Comissão Europeia que, por sua vez, apoia o acordo.
O mandatário criticou a posição dos parlamentares europeus, enfatizando a necessidade de que o agronegócio não seja visto “como inimigo”.
“Se os franceses não quiserem o acordo, eles não apitam mais nada; quem apita é a Comissão Europeia. A Ursula von der Leyen [presidente do Executivo da UE] tem procuração para fazer o acordo, e eu pretendo assinar neste ano ainda e tirar isso da minha pauta”, acrescentou.
Eu quero que o agronegócio brasileiro continue inovando em tecnologia e crescendo e causando raiva aos deputados franceses que se irritam com isso. E eu quero assinar o acordo entre a União Europeia e o Mercosul porque já estamos discutindo isso faz 22 anos.
— Lula (@LulaOficial) November 27, 2024
A posição do governo francês conta com a pressão dos agricultores locais que realizam protestos contra o tratado de livre comércio, alegando que precisam se submeter a regras ambientais mais rígidas do que as aplicadas aos produtores sul-americanos. Segundo eles, isso criaria uma concorrência desleal.
As negociações entre os blocos sul-americano e europeu se estendem há mais de duas décadas. O acordo poderá ser firmado na cúpula de líderes do Mercosul no Uruguai, na semana que vem.
(*) Com Ansa