O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, reiterou seu apoio à assinatura do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia (UE), em meio a preocupações brasileiras sobre a iminente entrada em vigor da Lei Antidesmatamento do bloco (EUDR).
“Passaram 30 anos dizendo que era o Brasil que não queria fazer o acordo. Nós decidimos, temos proposta, não inventem outro argumento para dizer que vão dificultar”, afirmou o mandatário durante reunião com ministros, parlamentares e magistrados, no Palácio do Planalto, na última terça-feira (17/09).
A expectativa é de que o mandatário se reúna com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von Der Leyen, na próxima semana, em Nova York, à margem da Assembleia Geral da ONU, para discutir o tema.
De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária, a entrada em vigor da EUDR, prevista para 1º de janeiro de 2025, pode gerar um prejuízo de US$ 15 bilhões às exportações brasileiras de produtos como soja, café, cacau e itens florestais.
Na última passada, o chanceler Mauro Vieira e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), publicaram uma carta pedindo o adiamento da medida, cobrança que encontra eco em Estados-membros da UE como Alemanha e Itália.
Já o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD), enfatizou a importância de uma “intervenção” diplomática do governo brasileiro para evitar que a União Europeia bloqueie as exportações do país. “Essa generalidade sobre o desmatamento é algo que nos preocupa e preocupa produtores do Brasil todo que podem perder suas exportações”, salientou.