O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta terça-feira (27/08) a chamada “grande etapa do autogoverno popular”, que consiste na reorganização de sua equipe ministerial em busca de um governo popular mais fortalecido. As principais alterações promovidas pelo líder chavista, que afirmou que auxiliarão o país a chegar a uma “nova era”, dizem respeito aos setores estratégicos de Segurança e Energia.
Acompanhado de seu gabinete ministerial, Maduro apresentou uma série de mudanças baseada na construção de uma “democracia mais viva e direta”. O vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, também considerado o número dois do chavismo, será o novo ministro do Interior do país, uma função que já ocupou há 22 anos.
A vice-presidente Delcy Rodríguez permanecerá em seu cargo, mas também passará a chefiar o Ministério do Petróleo de Caracas, enquanto Hector Obregon foi colocado na liderança da estatal petroleira PDVSA (Petróleos de Venezuela).
Entre outras mudanças, Maduro também fez trocas em pastas como Obras Públicas, Educação, Mulheres e Povos Indígenas.
“Tenho uma série de anúncios, renovarei metade do gabinete executivo e anunciarei as mudanças necessárias nos diferentes Ministérios para fortalecer o governo popular”, declarou o presidente reeleito, assegurando que seu país atingiu “um ponto de maturidade suficiente” para construir um novo Estado democrático baseado na democracia direta.
As mudanças ocorrem em meio à crise política instalada no país pela oposição de extrema direita venezuelana, liderada por María Corina Machado e o candidato Edmundo González, que acusa Maduro de fraude nas eleições realizadas em 28 de julho. A ala conservadora tem promovido atos antidemocráticos e violentos, inclusive, avaliados com “intenções golpistas” pela Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos (ALBA – TCP).
Após o pleito presidencial, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou oficialmente a vitória do atual mandatário com 51,92% dos votos válidos. Edmundo González, representante da coalizão Plataforma Unitária, ficou em segundo lugar, com 43,18%
O resultado eleitoral foi certificado pelo Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) em 22 de agosto, em decisão declarada pela magistrada Caryslia Beatriz Rodríguez, presidente da Sala Eleitoral do órgão judicial.
“As informações contidas nas atas mostram plena concordância com os dados apresentados nos relatórios de cada centro de votação, em um processo que durou dias e que respeitou os mais altos padrões de transparência, verificados por observadores nacionais e estrangeiros que acompanharam os trabalhos”, explicou a juíza.
(*) Com Ansa e Telesur