O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na noite desta quarta-feira (17/02) mudanças no sistema de câmbio do país, desvalorizando o bolívar, aumentos no preço da gasolina (de até 6,185%) e do salário mínimo.
A partir desta quinta (18/02), o país vai operar com duas taxas de câmbio (ao invés de três): uma de 10 bolívares por dólar, a ser usada na importação, por exemplo, de insumos de saúde, alimentação e atividades relacionadas à produção; e, outra, que começa a ser cotada em 200 bolívares, que é o preço em que a moeda fechou na última terça (16/02), chamada pelo mandatário de “dólar flutuante”.
Agência Efe
Maduro anunciou diversas medidas econômicas nesta quarta-feira
“Não é só um sistema de câmbio, é um sistema que estimula o crescimento econômico produtivo do país”, afirmou Maduro.
Além disso, o governo reajustou o salário mínimo, o 32º aumento dos últimos 17 anos. O incremento será de 20% e vale a partir de 1º de março.
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Gasolina
Caracas também anunciou o aumento no preço da gasolina a partir de sexta-feira (19/02). A octanagem 95, que, até agora, custava 0,097 bolívares por litro, passará a custar 6 bolívares por litro (incremento de 6.185%), enquanto a de octanagem 91, que era comprada por 0,070 bolívares o litro, passará a valer 1 bolívar (aumento de 1.282%).
Segundo Maduro, o incremento nos preços vai significar um aumento de 200 bilhões de bolívares ao fisco do país, recursos que serão destinados às Missões, programas sociais para comunidades carentes que existe desde a época do então presidente Hugo Chávez.
Agência Efe
Venezuelanos fazem fila em posto para abastecer; preço da gasolina subiu para até 6 bolívares
“Este novo sistema se cria para cobrar a gasolina, porque estávamos perdendo [dinheiro] para produzi-la. Nos Estados Unidos, o custo do combustível está agora em 0,78 centavos de dólar, porque em outro momento pode se cotizar entre 1,5 ou 2 dólares. Na Colômbia, vende-se o litro por 1,08 dólar, enquanto que, na Venezuela, custava 0,01 centavo de dólar. Um bolívar, que é [o novo] preço da gasolina de 91 octanos, para a estrutura de custos do caminhoneiro é quase zero”, afirmou.
“Gastamos cerca de US$ 1 bilhão em produtos para fazer a gasolina de octanagem 95,. Poderíamos economizar US$ 800 milhões com o novo sistema de preços, que podem ser direcionados para alimentos e remédios”, finalizou Maduro.