O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, rejeitou na noite desta segunda-feira (04/04) a resolução da Organização dos Estados Americanos (OEA) que afirma que há no país “uma grave alteração inconstitucional” e acusou o órgão de pretender se transformar em um “tribunal de inquisição” para perseguir Caracas.
“Não tem nada a ver com a Venezuela, um comunicado insosso, não operacional. O que tem efeito na Venezuela é uma grande indignação e uma grande rejeição, eu chamo o povo da Venezuela para rejeitar essa política intervencionista”, disse Maduro, na televisão.
Maduro também rejeitou o que descreveu como um “golpe de Estado” dado na Bolívia, depois de que Honduras tomou o lugar de La Paz na presidência do Conselho Permanente nesta segunda-feira.
“Vade retro, Satanás. Vai de retro, OEA. Fora daqui, OEA. Saia com suas mãos cheias de sangue da Venezuela e da pátria bolivariana, repudiamos e rejeitamos o golpe de Estado na OEA”, afirmou, com a Constituição nas mãos.
NULL
NULL
Agência Efe
Maduro mandou OEA, “com suas mãos cheias de sangue”, sair da Venezuela
Para Maduro, o que aconteceu hoje na sede da OEA foi algo “incomum” e “constrangedor”, pois, segundo ele, “todas as regras mínimas de jogo” foram quebradas. Segundo o presidente, há uma “concepção extremista” nos governos da “direita latino-americana” e se disse seguro de que há países que estão sendo “pressionados”.
Segundo Maduro, a Venezuela é o pilar fundamental de 18 países na região e disse que deu ordens para fortalecer “todos os aspectos energéticos” na Petrocaribe, aliança de Caracas com países do Caribe para a compra de petróleo. Além disso, de acordo com o presidente, o país teve primeiro trimestre “muito bom” em todas as áreas da vida nacional e que, apesar do desespero da “direita”, o povo venezuelano “está avançando”.
Nesta segunda, 17 países de 21 presentes na sessão da OEA aprovaram uma declaração onde afirmam que, na Venezuela, existe uma “grave alteração inconstitucional da ordem democrática” e exigem que governo de Nicolás Maduro restaure “a plena autoridade” da Assembleia Nacional, de maioria opositora.
No entanto, o embaixador da Venezuela, Samuel Moncada, que se retirou da sessão, advertiu que qualquer coisa que fora aprovada, não seria tomada em conta por seu governo ao considerar que a reunião era “ilegal”. Maduro elogiou Moncada por sua atuação.