A fragmentação da principal união sindical da Argentina foi oficializada nesta quinta-feira (12/07) com a reeleição de Hugo Moyano para seu terceiro mandato consecutivo como secretário-geral da CGT (Central Geral dos Trabalhadores). A vitória do líder caminhoneiro ocorreu em um congresso sindical deslegitimado tanto pelo governo quanto por sua oposição.
A assembleia não contou com inspeção do ministério do Trabalho e é rejeitada pelo setor da CGT mais alinhado ao governo, que busca eleger em outubro um novo secretário-geral. O favorito para o posto é Antonio Caló, líder da UOM (União Obreira Metalúrgica).
Efe
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“Fizeram o impossível para evitar este congresso”, afirmou Moyano, após a eleição que reuniu 901 dos 1.651 delegados convocados. Segundo ele, a ausência de alguns sindicalistas ocorreu por conta de ameaças governamentais. “Teve dirigentes que me ligaram chorando”, garantiu, queixando-se: “O governo não quer organizações sindicais. Tem medo de nós? Eu peço que nos respeitem”.
O líder caminhoneiro, que há poucos meses rompeu com o governo, renovou suas críticas à gestão de Cristina Kirchner. Ele afirmou que sua gestão aprofundará as reivindicações trabalhistas e que se essas demandas não forem atendidas seus aliados terão que “repensar o voto” para as eleições legislativas de 2013. “A resposta dos trabalhadores tem que ser nas urnas”, disse.
“Que o governo não se esqueça que muitos destes 54% [de votos obtidos pela presidente argentina nas eleições de 2011] são dos trabalhadores. Se não há resposta aos que contribuíram com este triunfo, teremos que repensar o voto futuro. Não podemos votar em quem nos nega. Vamos ver se estes 54% não se reduzem substancialmente”, ameaçou.
Para Caló, no entanto, a realização do congresso que reelegeu Moyano antes de outubro, sem a legitimação do ministério do Trabalho, representa uma “ruptura do movimento obreiro”. Coisa que seu setor tentou evitar, já que “não beneficia os trabalhadores”. Dias antes, o metalúrgico havia pedido que Moyano se “sentasse para dialogar” em favor de uma “CGT única”.