Mais de 10 mil trabalhadores do setor hoteleiro dos Estados Unidos entraram em greve no último domingo (01/09) denunciando o fracasso nas negociações contratuais com as grandes redes de hotéis, incluindo as renomadas como Hilton Worldwide, Hyatt Hotels e Marriott International. As tratativas começaram em maio, no entanto, acabaram paralisadas.
O sindicato Unite Here, que representa mais de 40 mil funcionários do setor no país e no Canadá, reivindica melhores salários, cargas de trabalho mais justas, assim como a reversão dos cortes ocorridos durante a pandemia da Covid-19. A entidade também revela que, enquanto as redes de hotéis lucram bilhões de dólares anualmente, alguns trabalhadores precisam de um segundo emprego para poder se sustentar.
“Desde a Covid-19, eles esperam que ofereçamos um serviço cinco estrelas com uma equipe de três estrelas”, relatou Elena Duran, garçonete do Marriott em San Francisco há 33 anos, de acordo com um comunicado publicado pelo Unite Here. “Algumas semanas atrás, estávamos com 98% de ocupação, mas eles só colocaram três servidores quando costumávamos ser uma equipe de quatro ou cinco. É muita pressão sobre nós para agirmos de forma cada vez mais rápida, em vez de contratarem mais pessoas para trabalhar.”
Ao todo, os 24 hotéis que entraram em greve estavam localizados nos principais destinos de viagem, incluindo San Francisco, San Diego, Honolulu, Boston, Seattle e Greenwich. Segundo o sindicato, “as greves também foram autorizadas e podem começar a qualquer momento” em Baltimore, New Haven, Oakland e Providence.
Ao jornal USA Today, o presidente internacional do Unite Here, Gwen Mills, afirmou que, com o fim da pandemia, “os hotéis se recuperaram, mas os salários não”.
“Não aceitaremos um ‘novo normal’ em que as empresas hoteleiras lucrem cortando suas ofertas aos hóspedes e abandonando seus compromissos com os trabalhadores”, pontuou Mills.
Por outro lado, o chefe de relações trabalhistas para as Américas do Hyatt, Michael D’Angelo, defendeu-se ao veículo norte-americano afirmando que a rede de hotel oferece “salários competitivos”.
“Temos um histórico de oferecer salários e benefícios competitivos em cada mercado, incluindo assistência médica abrangente com pouco ou nenhum custo, bem como poupança para aposentadoria. Oferecemos salários competitivos, assistência médica e benefícios de aposentadoria nos hotéis que estão em greve no momento, e os benefícios permanecem inalterados enquanto negociamos um novo acordo”, disse.