Uma corrente humana formada por mais de 150 mil pessoas se estendeu pelos 123 quilômetros que separam Durango e Pamplona neste domingo (08/06). Com o lema “Somos uma Nação”, a iniciativa defende que os cidadãos de Euskadi, Navarra e do País Basco francês tenham o direito “de decidir seu futuro como povo”.
Twitter/Divulgação
Partidos de esquerda também participaram da mobilização deste domingo, considerado histórico
Desde as primeiras horas da manhã, diversos ônibus chegaram de vários locais do País Basco e de Navarra para distribuir os participantes ao longo dos quilômetros ocupados pela manifestação. Os organizadores ressaltaram que esta mobilização conseguiu o fato inédito de reunir “diferentes sensibilidades políticas do povo basco”.
Manifestantes envoltos em bandeiras bascas nas cores vermelho, branco e verde levantaram as mãos unidas enquanto helicópteros sobrevoavam o cordão humano.
O ato, organizado pelo coletivo Gure Esku Dago (Está em Nossas Mãos), defendeu a participação de “todas as pessoas deste país” para decidir “o que queremos ser” e também a criação de um movimento civil que force os partidos a “abrir uma via basca para a autodeterminação”.
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“Esta base se chama democracia. Se somos 3 milhões, a legitimidade que darão a essas pessoas, ao exercício do direito de decidir é que a converte em uma medida que pode ser materializada”, afirmaram os organizadores.
Imágenes aéreas en directo de la cadena humana de 123 km por el derecho a decidir. #GureEskuDago pic.twitter.com/5wgf4i44bQ
— Loba Roja☭♀ (@albacorazonegro) 8 junho 2014
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A iniciativa ocorre dez dias após o Parlamento Basco ter aprovado, com os votos dos deputados do Partido Nacionalista Basco e do partido independentista Bildu, uma moção a favor do direito de autodeterminação do País Basco.
Vídeo mostra mobilização com imagens aéreas:
Posição espanhola
O delegado do governo espanhol no País Basco, Carlos Urquijo, advertiu ontem, no entanto, que qualquer reclamação relacionada com a independência está fadada ao fracasso, e lembrou que a Constituição Espanhola se fundamenta “na indissolúvel unidade da nação”.
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No final de maio, a região – que já conta com significativa autonomia e tem poderes para elevar os próprios impostos – proclamou o direito à autodeterminação, seguindo os passos do Parlamento regional da Catalunha, que aprovou uma declaração de soberania no ano passado.
O Tribunal Constitucional da Espanha disse à época que a declaração catalã era “nula e inconstitucional”, mas o governo catalão afirma continuar comprometido com a realização de um referendo sobre a secessão da Espanha em 9 de novembro.