Mais de 200 mil casas continuam sem energia no Chile após apagão massivo
Governo Boric suspendeu estado de emergência decretado na noite anterior e confirmou 207 prisões e três mortes de pessoas eletrodependentes durante o período
O governo do Chile suspendeu, na manhã desta quarta-feira (26/02), o Estado de emergência com toque de recolher decretado na noite anterior pelo presidente Gabriel Boric, em função do apagão que afetou 80% do território do país.
No comunicado, o Estado chileno reconheceu que foram registradas ao menos três mortes em diferentes hospitais do país. Todos os casos foram de pacientes considerados “eletrodependentes”, ou seja, que precisavam da ajuda de aparelhos para se manterem com vida.
Além disso, a ação das forças de segurança durante o Estado de emergência resultou na prisão de 207 pessoas, acusadas de participação em atos de vandalismo ou violação do toque de recolher.
Segundo a ministra do Interior, Carolina Tohá, a energia elétrica foi restabelecida em quase todas as regiões que foram afetadas pelo apagão, mas ainda são identificados problemas em algumas conexões, que mantêm cerca de 220 mil residências do país sem retorno do fornecimento elétrico.
Em coletiva realizada na manhã desta quarta-feira, a ministra garantiu que está sendo feita uma investigação sobre as causas do apagão, em paralelo com os trabalhos para concluir o restabelecimento pleno do serviço.
“Este corte tem diversas características que merecerão um trabalho detalhado para entender porque ele aconteceu e porque atingiu as dimensões que atingiu”, explicou Tohá.

Presidente chileno Gabriel Boric afirmou que fornecedora privada será cobrada por sua responsabilidade no apagão
Boric cobra fornecedora privada
Por sua vez, o presidente Boric, disse que seu governo “atuará com firmeza diante das empresas que não prestaram corretamente o serviço que está sob sua responsabilidade”.
“É fundamental que todos sejamos responsáveis neste momento em que é preciso reconhecer as ações que geraram um problema grave para a cidadania e que precisam ser combatidas para evitar que episódios dessa natureza voltem a ocorrer”, acrescentou o mandatário chileno.
O parecer técnico entregue nesta terça-feira (25/02) pelo Ministério de Energia do Chile afirma que o evento que desencadeou o apagão ocorreu em uma conexão do sistema elétrico nacional que fica na região do extremo norte do país e que é administrada pela empresa privada colombiana ISA InterChile.
Essa mesma empresa se pronunciou através de um comunicado, horas depois de divulgado o parecer do Ministério, admitindo que “produziu-se um evento de duplo curto-circuito no trecho do sistema “Nueva Maitencillo – Nueva Pan de Azúcar”, que opera a 500 mil volts, o qual desencadeou a indisponibilidade do serviço elétrico que afetou o país”.
No entanto, a ISA InterChile alega que “desde o primer momento, nossas equipes técnicas mobilizaram todas as capacidades de coordenação para restituir o fornecimento de energia através da linha afetada, o que alcançado 44 minutos após o início do evento”, e que os problemas no restabelecimento do serviço ao resto do país durante a noite de terça e nesta manhã de quarta-feira (26/02) seriam responsabilidade do Ministério de Energia chileno.
Com informações de El Mostrador.
