Mais de 250 milhões de indianos aderiram na última semana à greve geral de um dia convocada em rechaço às reformas econômicas, trabalhistas e sociais do primeiro-ministro Narendra Modi.
Organizada por diversos sindicatos, movimentos e organizações sociais, a greve teve adesão de trabalhadores de diferentes setores. Os indianos demandaram melhorias como salário mínimo mensal, segurança social, transferência de dinheiro para famílias que não pagam imposto de renda, fim das privatizações e terceirizações do setor público e nos banco indianos, entre outras.
O setor industrial do país também aderiu à paralisação, que aconteceu no dia 26 de novembro. Algumas das indústrias pediram novas medidas de contenção do governo em relação à pandemia do novo coronavírus. A Índia é o segundo país com maior número de casos da covid-19, com 9.462.809, e 137.621 mortes, segundo a Universidade Johns Hopkins.
Assim como o setor industrial, a greve de um dia envolveu trabalhadores do setor público, incluindo bancários, refinarias de petróleo, usinas de energia, siderúrgicas e outros que pediam a retirada de projetos de privatizações e uma nova reforma trabalhista ensaiada pelo governo que inclui a restrição dos empregados à greve.
Reprodução/KisanSabha
Trabalhadores aderiram greve geral e saíram às ruas das cidades da Índia contra premiê Modi
Protestos
Em alguns estados, como de Kerala, Telangana e Puducherry, os trabalhadores realizaram paralisações gerais e saíram às ruas em protesto contra as políticas neoliberais de Modi. Na capital indiana, Nova Déli, também houve manifestações contra as medidas do premiê.
Em Kerala, por exemplo, a greve teve apoio do governo estadual, que é comandado pela Frente Democrática de Esquerda. O transporte público local não operou e escritórios públicos e privados foram fechados. Em Outras regiões, como Odisha, o governo local tentou proibir a paralisação e manifestações, mas os trabalhadores desafiaram as autoridades e aderiram à greve.
De acordo com a WSWS, coincidindo com a greve de quinta, agricultores se juntaram em um protesto nacional de dois dias pedindo o cancelamento de três leis relacionadas à agricultura que foram aprovadas recentemente pelo primeiro-ministro. Tais leis dão poder ao agronegócio para dominar o cultivo, comércio e a fixação de preços das commodities.