Três hospitais próximos a Damasco relataram 355 mortes depois de um suposto ataque químico na última quarta-feira (21/08), que levou a 3.600 admissões nos hospitais com sintomas neurotóxicos causados por gás. A informação, intermediada pela France Presse, foi divulgada neste sábado (24) pela organização MSF (Médicos Sem Fronteiras).
A oposição síria acusou as forças do governo de lançaram gases mortais, na quarta-feira, em subúrbios controlados pelos rebeldes em Damasco, matando homens, mulheres e crianças que dormiam. O governo nega veementemente a informação e, também neste sábado, disse que foram encontrados vestígios de substâncias tóxicas em zonas então controladas por forças da oposição.
Estimativas da oposição para o número de mortos variam de 500 a bem mais que o dobro desse número, mas como observadores da ONU não conseguem visitar o local, não houve uma verificação de órgão independente. O MSF não tem pessoal próprio na região de Damasco, mas tem apoiado os hospitais e redes de médicos no local desde 2012.
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“Os sintomas reportados dos pacientes, além do padrão epidemiológico dos eventos – caracterizado pelo influxo massivo de pacientes num curto período de tempo, a origem dos pacientes, e a contaminação de trabalhadores de assistência médica e de primeiros socorros – indicam fortemente a exposição em massa a um agente neurotóxico”, disse o diretor de operações do MSF, Bart Janssens, em um comunicado.
“Isso constituiria uma violação do direito internacional humanitário, que absolutamente proíbe o uso de armas químicas e biológicas”.
Janssens disse que a MSF não poderia confirmar a causa dos sintomas ou dizer quem foi o responsável pelo ataque, mas que tinha enviado 7 mil frascos de atropina – um antídoto contra agentes nervosos.
Aliado
O Irã, principal aliado regional do regime sírio do presidente sírio Bashar al Assad, afirmou que existem “provas” de que rebeldes usaram armas químicas nos combates de quarta-feira na região de Damasco, informou a agência Isna.
“Estamos muito preocupados com as informações sobre o uso de armas químicas na Síria e condenamos duramente o uso delas. Há provas de que os grupos terroristas realizaram essa operação”, declarou Abas Araghchi, porta-voz da diplomacia iraniana.
Grupos opositores sírios afirmaram que 1.300 pessoas morreram nos ataques com gases lançados ao sudoeste e ao leste da capital na última quarta. O governo da Síria negou o uso de tais armas.
ONU
Neste sábado, a representante da ONU (Organização das Nações Unidas) para Assuntos de Desarmamento, Angela Kane, chegou à capital síria para tentar convencer o regime do presidente Bashar al Assad a autorizar o acesso imediato dos observadores na região do suposto ataque.