O segundo ciclo das mesas regionais de paz colombianas, centrado nas vítimas do conflito armado, terminou no departamento de Tolima após três meses de percurso por nove regiões do país. No encerramento da jornada desta sexta-feira (12/07), a coordenadora das Nações Unidas na Colômbia, Tania Patriota, anunciou que durante os dias de trabalho foram recolhidas propostas de 2.745 pessoas, que serão enviadas para Havana, sede permanente dos diálogos de paz entre o governo e a guerrilha das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Patriota destacou o papel desempenhado nesta iniciativa pelo Congresso da República, cujas comissões de paz do Senado e da Câmara de Representantes escutaram e recolheram as inquietudes e preocupações de muitos dos afetados nestes mais de 50 anos de conflito. A delegada da ONU disse que durante as duas rodadas das mesas regionais, a primeira em novembro de 2012 e a recém finalizada em Ibagué, capital tolimense, “participaram cerca de seis mil pessoas, além de representantes de diversas organizações e movimentos sociais”, disse uma nota publicada na página do Senado.
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Diversas vozes de Tolima, Boyacá, Cundinamarca e Bogotá participaram no encerramento desta jornada, na qual os jovens tiveram protagonismo e pediram que suas reclamações sejam levadas em conta nos diálogos e que os recursos investidos na guerra sirvam para uma melhor educação.
As mesas iniciadas em 6 de maio passado em Bogotá para dar voz e espaço à sociedade civil nas conversas de paz, abarcaram desde o nordeste e o eixo cafeeiro, até o Pacífico, os campos do noroeste, Orinoquía, o Caribe e o Amazonas. A maioria das vítimas pediu direito, reconhecimento, verdade e, sobretudo, que o governo e as FARC não saiam da mesa até chegar a um acordo final.
A urgente necessidade de constituir uma comissão da verdade com igualdade e inclusão, que reflita a multiculturalidade do país, e programas de indenização, foram outra das propostas que servirão de insumo a esse ponto, o quinto da agenda assinada entre as partes em agosto do ano passado. As mesas começaram em dezembro de 2012, um mês após a instalação do processo de paz, com o tema do desenvolvimento agrário integral, recém finalizado em maio.