Três policiais e um soldado colombianos foram libertados hoje (1º) pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) numa operação humanitária que deve continuar amanhã, com a libertação dos políticos Alan Jara e Sigifredo López, sequestrados desde 2001 e 2002, respectivamente.
Os libertados são o soldado do Exército William Giovanny Domínguez Castro e os policiais Walter José Lozano Guarnizo, Alexis Torres Zapata e Juan Fernando Galícia Uribe, que estavam em poder da guerrilha desde 2007.
Eles foram recebidos pela senadora colombiana Piedad Córdoba, que mediou a negociação, ativistas e representantes do Comitê Internacional da Cruz Vermelha em helicópteros disponibilizados pelo Brasil. Em seguida, chegaram à cidade de Villavicencio, capital do departamento de Meta, 120 quilômetros a leste de Bogotá, onde foram aclamados por uma multidão emocionada com flores e lenços brancos.
Segundo a imprensa colombiana, os quatro estão bem de saúde e falaram com suas famílias por telefone.
Os helicópteros cedidos pelo governo brasileiro, identificados com símbolos da Cruz Vermelha, decolaram para o resgate às 8h15 locais (11h15 de Brasília), sob mau tempo.
Participaram da missão, além da senadora, três representantes da Cruz Vermelha, os jornalistas Daniel Samper Pizano e Jorge Enrique Botero e a ativista Olga Amparo Sánchez, como testemunhas, além de cinco tripulantes.
Botero contou que uma série de sobrevoos de aviões militares “por pouco não frustram” as libertações. O jornalista disse ter provas irrefutáveis em áudio e vídeo dos sobrevoos “notórios, abundantes e repetitivos” que, segundo ele, aconteceram durante duas horas.
Segundo Botero, houve um momento em que praticamente se deu por terminada a operação por causa da presença desses aviões, que causaram “enorme nervosismo” entre os envolvidos.
Governo: denúncia é falsa
O governo colombiano negou que as Forças Armadas tenham posto a missão em risco. O alto comissário para a paz da Colômbia, Luis Carlos Restrepo, acusou o jornalista de ter violado um protocolo internacional ao divulgar essas informações à emissora Venezuela Telesur. Informações que, segundo ele, são “falsas”.
Os libertados agradeceram aos meios de comunicação pelo apoio, e especialmente ao movimento Colombianos pela Paz e sua líder, Piedad Córdoba. A senadora apareceu perante as câmaras rodeada dos quatro ex-reféns, que posaram felizes e emocionados.
“Graças à doutora Córdoba e aos intelectuais, temos que lutar por todos os companheiros, temos que resgatá-los”, disse o patrulheiro Lozano Guarnizo, de 35 anos.
Os pais do soldado William Giovanny Dominguez disseram estar na torcida para que todos os cativos tenham a mesma sorte. “Damos graças a Deus que William já esteja a ponto de encontrar-se conosco, após tantos dias esperando, e tomara que as famílias de todos os policiais e militares tenham a mesma alegria que nós”, declarou Ignacio Domínguez, pai do soldado.
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