Vinte e três anos antes do maior acidente nuclear no Japão, que aconteceu em março na usina de Fukushima, a desenhista Ryoko Yamagishi já previa o desastre. Em um mangá – histórias em quadrinhos feitas no estilo japonês – preto e branco de 46 páginas, a autora relatou a chegada de uma grande crise nuclear no país.
Com o nome de Phaethon, que na mitologia grega é o filho de Helios – deus do sol – que colocou a terra em perigo, o mangá antinuclear foi inspirado na tragédia de Cherlobyl, que aconteceu três anos antes da publicação, segundo Yamagishi.
Reprodução
Escrito em 1988, o mangá Phaethon conta como a ambição humana provocou um acidente nuclear
Em entrevista ao jornal El Pais, a autora contou que depois do acidente nuclear na Ucrânia ela ganhou dimensão do que realmente significava a energia nuclear. Questionada sobre a relação com Fukushima, Yamagishi afirmou que realmente já havia pensado sobre o risco de ocorrer um acidente na região quando escreveu o mangá, mas que nenhuma autoridade assumiria a possibilidade.
Especiais do Opera Mundi
Vargas Llosa no Cone-Sul: entre elogios e bordoadas
Reforma na saúde coloca Reino Unido à beira de uma crise política
Ignorados pelo governo Uribe, neoparamilitares ampliam domínio territorial e aterrorizam a Colômbia
Com ônibus itinerante, comunistas nos EUA buscam apoio da juventude
Governo chileno aprova anúncios publicitários em livros didáticos
Mãe aos 17, filha de Sarah Palin faz política sapateando na TV e pregando abstinência sexual
“Quando realmente aconteceu o acidente eu entrei em pânico, mas pensei que a advertência do meu desenho não serviu para nada. Fiquei muito triste”, disse.
Leia mais:
Ucrânia arrecada 550 milhões de euros para garantir segurança de Chernobyl
Charge: Indicadores japoneses
Japão emite alerta nuclear em nível equivalente ao de Chernobyl
Terremoto de magnitude 6,3 volta a assustar o Japão
Japão elevará acidente de Fukushima ao nível de alerta máximo, igualando Chernobyl
Último terremoto no Japão provoca duas mortes e 132 feridos, segundo autoridades
Entretanto, após o terremoto e o tsunami que atingiram a região e provocaram o acidente nuclear seu mangá foi lembrado imediatamente. De acordo com Yamagishi, em 1988, quando a história foi escrita, 70 mil cópias do mangá foram vendidas. Após o acidente, porém, mais de 200 mil pessoas já leram o conto que agora está disponibilizado na internet.
Sobre a política energética japonesa, a autora do mangá que adiantou a tragéria alerta: “os reatores nucleares deveriam ser fechados um a um desde já e substituídos por mecanismos de energia solar, hidráulica e geotérmica”.
Siga o Opera Mundi no Twitter
Conheça nossa página no Facebook
NULL
NULL
NULL