Centenas de manifestantes entraram no Parlamento de Burkina Fasso, nesta quinta-feira (30/10), incendiando algumas dependências para evitar a votação da emenda constitucional que permitirá o presidente Blaise Compaoré continuar no cargo.
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Compaoré se tornou presidente em 1987, após o golpe militar e assassinato do então presidente Thomas Sankara
A Polícia tentou evitar a entrada dos cidadãos utilizando gás lacrimogêneo, mas se viu obrigada a se retirar, segundo pôde presenciar a Agência Efe.
Esta manhã, prevendo o ataque dos manifestantes, policiais e soldados tinham bloqueado com veículos blindados as entradas que levam ao Parlamento.
Enquanto acontecia a entrada no prédio do Parlamento, foram escutadas explosões em outras ruas de Ouagadogou, capital do país.
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Compaoré, que está no poder desde 1987 após um golpe de Estado, poderá concorrer de novo às eleições de 2015 se esta emenda for aprovada.
O partido de Compaoré, o Democracia e Progresso (CDP), tem maioria no Parlamento, por isso que o líder da oposição Zéphirin Diabré convocou a “mobilização nacional” contra a emenda.
Os protestos começaram há dois dias, quando milhares de burquinenses se manifestaram em Ouagadogou ao grito de “vinte e sete anos são suficientes” (o tempo que Compaoré está no poder).
Os participantes do protesto chegaram a um milhão de pessoas segundo fontes da oposição, embora a Polícia os tenha calculado “milhares”.