Quinta-feira, 10 de julho de 2025
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Homens armados mataram pelo menos 100 pessoas na vila de Yelewata, no estado de Benue, na Nigéria, na noite de sexta-feira (13/06), informou a Anistia Internacional Nigéria no sábado (14/06).

“Muitas pessoas continuam desaparecidas… dezenas ficaram feridas e sem atendimento médico adequado. Muitas famílias foram trancadas e queimadas em seus quartos”, disse a organização de direitos humanos em uma publicação nas redes sociais.

O porta-voz da polícia de Benue, Udeme Edet, confirmou o ataque, mas não especificou o número de mortos. Não ficou imediatamente claro quem foi o responsável pelo ataque.

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O governador do estado de Benue, Hyacinth Alia, enviou uma delegação a Yelewata para prestar apoio aos familiares das vítimas.

Violência no cinturão médio

O estado de Benue fica no chamado cinturão médio da Nigéria, que divide o norte, de maioria muçulmana, e o sul, de maioria cristã.

Grupos protestaram na Nigéria exigindo maior atuação das autoridades a respeito do massacre em Benue
Vanguard

A região é palco de embates frequentes entre agricultores e pastores pelo acesso a terras e recursos hídricos, violência agravada por tensões étnicas e religiosas, e abriga grande parte dos deslocados internos do país.

Desde 2019, os conflitos mataram mais de 500 pessoas e deslocaram milhares, segundo dados da consultoria nigeriana de pesquisa geopolítica SBM Intelligence.

No mês passado, homens armados, supostamente pastores, mataram pelo menos 20 pessoas no distrito de Gwer Oeste, em Benue. Em abril, 40 foram mortos no estado vizinho de Plateau.

A Anistia Internacional na Nigéria disse que o ataque “demonstra que as medidas de segurança que o governo afirma implementar no estado [de Benue] não funcionam”, e destacou que “dezenas de feridos ficaram sem cuidados médicos adequados” e que um grande número de pessoas permanece desaparecido.

A entidade insistiu que as autoridades nigerianas devem pôr imediatamente fim à “alarmante escalada de ataques no estado de Benue”, onde “o derramamento de sangue é quase diário” e onde massacres como o de sábado são perpetrados “com total impunidade”.