Trabalhadores da rede de fast-food McDonalds entraram em greve em 12 cidades dos Estados Unidos para protestar contra o assédio sexual sofrido principalmente por funcionárias mulheres durante o expediente.
Empregados de unidades do restaurante em regiões como Chicago, Detroit, Houston e Miami paralisaram as atividades e realizaram marchas em frente aos locais de trabalho neste terça-feira (26/10).
“Eu estou em greve porque, apesar de anos de protestos, o McDonalds ainda se recusa a tomar a responsabilidade pelas inúmeras mulheres e adolescentes que enfrentam assédio no trabalho”, disse Jamelia Fairley, que trabalha em uma filial em Sanford, na Flórida.
O movimento NC Raise Up, entidade sindical que convocou a paralisação, destacou que a decisão dos trabalhadores foi estimulada por uma denúncia feita por uma adolescente de 14 anos de idade que trabalhava em uma unidade do McDonalds em Pittsburgh e que disse ter sido assediada pelo próprio gerente da filial. De acordo com os trabalhadores, nenhuma medida foi tomada pela empresa após a denúncia.
Essa é a quinta greve desde 2018 que os trabalhadores da rede organizam contra casos de assédio. Segundo os organizadores, mais de 50 processos já foram abertos contra a empresa desde o ano de 2016 e foram “amplamente ignorados”.
Reprodução/NC Raise Up
Trabalhadores da rede paralisaram atividades em 12 cidades do país
Em nota, o McDonalds afirmou que está comprometido a “investigar duramente” as alegações e disse esperar que as filiais também façam o mesmo.
Uma pesquisa de 2020, citada pela BBC, indicou que das quase 800 funcionárias mulheres que trabalham em restaurantes da rede nos Estados Unidos, três quartos afirmou já ter sofrido assédio no local de trabalho.
“O McDonalds se recusa a aceitar sua responsabilidade por seus trabalhadores e por aquela jovem trabalhadora. A empresa nos ignora completamente. Agora eles têm que ouvir seus trabalhadores”, afirmam os grevistas.